Em julho de 2022, a Neoenergia anunciou um financiamento de R$ 550 milhões com a International Finance Corporation (IFC), braço de investimentos do Banco Mundial, vinculado a metas de ESG (Environmental, Social and Governance, na sigla em inglês).
Dez meses depois, a companhia brasileira de energia está ampliando essa agenda com a injeção de mais recursos da IFC. A empresa anunciou na manhã de terça-feira, 23 de maio, que assinou um novo contrato com a entidade no valor total de R$ 800 milhões.
A nova transação também envolve um financiamento verde, com metas vinculadas a questões como o percentual de mulheres eletricistas e também de digitalização na operação da companhia. Esses fatores serão mensurados em 2027.
“O contrato reforça o amplo acesso da companhia a linhas de crédito a custos e prazos competitivos, reiterando sua estratégia de diversificação de fontes de financiamento para suportar o desenvolvimento de seu plano de negócios”, informou a Neoenergia, no comunicado.
Segundo a empresa, caso as metas estabelecidas sejam alcançadas nesse intervalo, haverá um “step-down (redução) no spread da dívida” em questão. A princípio, o contrato tem extensão de até oito anos, com dois anos de carência.
Por volta das 10h30, as ações da Neoenergia estavam sendo negociadas com alta de 1,2% na B3. No ano, os papéis da companhia acumulam uma valorização de 3,4%. A empresa está avaliada em R$ 19,5 bilhões.
O novo financiamento também se conecta com uma estratégia mais ampla do Banco Mundial que, desde o início de 2023, tem discutido alternativas para elevar a destinação de recursos para projetos ligados a mudanças climáticas.
Como parte dessa agenda, na semana passada, o Conselho de Administração da entidade aprovou a recomendação para a criação de um Mecanismo de Apoio à Crise, com o objetivo de ampliar o auxílio aos países mais pobres na resposta a desafios como os fenômenos climáticos.
Nesse mapa, o Brasil foi um dos nomes destacados em relatório divulgado no início do mês pelo banco. Segundo o documento, o País pode se tornar uma “potência global de energia limpa” e combater as mudanças climáticas com investimentos “relativamente modestos” em áreas como agricultura, desmatamento, energia, cidades e sistemas de transporte.