A Neuralink, a startup de implantes cerebrais do bilionário Elon Musk, está autorizada a iniciar os testes em humanos. Há, pelo menos, quatro anos, a neurotech buscava o aval da FDA, a agência americana de controle de remédios, dispositivos médicos e alimentos, dos Estados Unidos. Finalmente, a autorização saiu.
Antes do O.K. de agora, o último pedido para liberação dos ensaios clínicos havia sido em março passado. Os analistas da FDA, porém, demonstraram preocupação em relação à segurança dos dispositivos.
Os fios do chip cerebral poderiam se mover e o implante superaquecer. Ao que tudo indica, está tudo resolvido. Em um tweet, o dono da Tesla, SpaceX e Twitter, cumprimenta o time da Neuralink.
Apontada como o futuro da comunicação pelo físico inglês Stephen Hawking (1942-2018), a interface cérebro-computador (BCI, na sigla em inglês) é capaz de transformar pensamentos em ação. É uma esperança para pacientes vítimas de toda sorte de paralisia.
O dispositivo da Neuralink tem, aproximadamente, o tamanho de uma moeda e é equipado com fios minúsculos e eletrodos para o monitoramento e estímulo da atividade cerebral. A partir desse sistema, os impulsos nervosos são transmitidos para um computador e convertidos em movimentos.
Até a aprovação da FDA, as experiências da neurotech estavam restritas à porca Gertrude e ao macaco Pager, como as cobaias da Neuralink foram batizadas pelos pesquisadores.
Congratulations Neuralink team! https://t.co/AWZGf33UDr
— Elon Musk (@elonmusk) May 26, 2023
Desde a fundação da empresa, em 2016, Musk enfrentou momentos de grande frustração. Ele queria liderar a corrida pelas BCIs, mas as sucessivas negativas da agência regulatório fizeram com que o empresário fosse sendo ultrapassado por seus concorrentes.
O maior deles é o neurocirurgião americano Thomas Oxley, dono da Synchron. Ao longo de 2022, o gadget do médico foi implantado em, pelo menos, seis pacientes –cinco da Austrália e um dos Estados Unidos.
Mais avançada na briga pela liderança de um setor previsto para movimentar US$ 6,2 bilhões, em 2030, a Synchron chamou a atenção de investidores como Bill Gates e Jeff Bezos. Desde seu lançamento, a neurotech levantou US$ 130 milhões, junto aos capitalista de risco, nas contas da plataforma Crunchbase.
A Neuralink atraiu cheques mais polpudos (US$ 363 milhões). A aprovação da FDA coloca Musk de volta ao páreo. Os próximos capítulos dessa disputa prometem.