O Itaú BBA revisou a perspectiva para o Banco Pan com a defesa de uma tese relevante para destravar o valor da ação. Para o banco de investimentos, uma integração total com o controlador, o BTG Pactual, pode gerar um benefício duplo.
O BTG é o controlador do Pan com aproximadamente 75% de participação Nos últimos tempos, vem comprando ações no mercado secundário. Os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard argumentam que há uma janela de oportunidade para as duas instituições financeiras, que negociam a 1,2 vez (x) o valor patrimonial por ação (Pan) e 2,2x (BTG).
O cálculo dos analistas mostra que seria necessária uma diluição de cerca de 3% da base acionária do BTG para adquirir os 25% de ações em livre circulação do Pan. Atualmente, são 295 milhões de papéis em free float, o que exigiria algo em torno de R$ 2,5 bilhões.
“É um momento oportuno para propor uma operação de troca de ações com os minoritários do Pan. Os acionistas do Pan dariam suas ações ao BTG, em troca de novas ações do BTG emitidas”, escreveram os analistas do BBA.
Do lado das perspectivas para o Pan, a queda da curva de juros impacta na melhoria da margem líquida de juros (NIM). O Pan tem se caracterizado por conseguir diversificar sua captação, com instrumentos como CDBs via plataformas ou letras financeiras.
Nesse ponto, o BTG tem contribuído cada vez mais, respondendo por 25% dessa captação atual. Essa captação de partes relacionadas ocorre a preços de mercado, que são consideravelmente mais altos para o Pan do que para o BTG.
Como o Pan é um poderoso originador de empréstimos consignados, da ordem de R$ 20 bilhões por ano, esses clientes ficam cada vez mais próximos de outros produtos financeiros, o que aumenta as chances de cross-selling. Nesse ponto, o BTG tem apoiado o Pan com empréstimos interbancários.
“Mas originar diretamente esses créditos traz vários ganhos de eficiência e impulsiona o crescimento. Isso significa ter totalmente o Pan e os clientes”, descrevem os analistas. “Estimamos um lucro até 50% maior para o Pan no ano que vem considerando os potenciais benefícios trazidos pelo BTG.”
Os analistas Leduc, Raffaelli e Barranjard revisaram de R$ 10 para R$ 13 o preço-alvo da ação do Banco Pan pela melhoria dos resultados ou pelos investidores estratégicos para um evento corporativo. Essa atualização para o fim de 2024 mostra um upside potencial de quase 50% sobre o valor atual do papel de R$ 8,78. O valor de mercado do Banco Pan é de R$ 5,5 bilhões.