Durante seis anos, a americana Emily Morris trabalhou na AMT, uma empresa de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para os setores energético, viário e militar. Um de seus últimos projetos foi para as Forças Armadas dos Estados Unidos.
Ela teria de encontrar formas de garantir o fornecimento de energia às tropas, não importasse as condições dos locais onde os soldados estivessem. Em muitos desses lugares, não havia infraestrutura para o transporte de combustível, a construção de rede elétrica ou de energia eólica e solar.
A busca por soluções para os problemas enfrentados pelos militares americanos fascinou Emily. Tanto que ela decidiu sair da AMT e montar seu próprio negócio. Em 2014, a jovem de 25 anos fundou a Emrgy, em Atlanta.
A empreendedora e sua equipe desenvolveram uma tecnologia de microgeração hidrelétrica, batizada Micro Hydrokinetic. Recentemente, a inovação recebeu US$ 18,4 milhões, em investimentos, conforme análise da plataforma Crunchbase.
A rodada de série A foi capitaneada pela Oval Park Capital e contou com a participação da Fifth Wall, Blitzcaling Ventures, Overlay Capital e Veriten. Esse é 11º aporte; e o financiamento da Emrgy chega a US$ 67,4 milhões.
Em vez de trabalhar em cursos de água naturais, o modelo proposto pela Micro Hydrokinetic aproveita os canais, geralmente utilizados para transposição e irrigação. Com isso, o sistema dispensa a construção de barragens e represas – o que sempre gera um grande impacto social e ambiental.
A Micro Hydrokinetic consiste em uma ou duas turbinas modulares, cada uma com potência para gerar entre 5 e 25 quilowatts de eletricidade, dependendo da profundidade e da velocidade da água. Nas melhores condições, o sistema pode gerar energia equivalente a de 60 ou 70 painéis solares.
A mini hidrelétrica pode ser conectada à rede elétrica de distribuição de energia. “É uma tecnologia que pode ser implementada tão rapidamente como a energia solar”, diz a CEO da Emrgy.
Com um sistema único, muito provavelmente, a Micro Hydrokinetic não consiga fornecer toda a eletricidade que a maioria dos clientes necessita. Mas, como explica a CEO da Emrgy, é possível construir uma rede com várias turbinas ou ainda combinar a mini hidrelétrica com outras fontes de energia limpa, como a solar.
O sistema já está em uso em três cidades americanas, nos estados da Califórnia, Utah e Colorado, e na Nova Zelândia. Um projeto piloto está em implantação na África do Sul.