Os resultados financeiros reportados pela Apple em seu último boletim fiscal, divulgado na quinta-feira, 4 de maio, trouxeram mais do mesmo para a companhia de Cupertino. Isso porque, por mais que a empresa da maçã tente diversificar sua operação, os números mostram que seu negócio ainda é dependente do iPhone.

Da receita de US$ 94,8 bilhões – que superou as estimativas dos analistas que esperavam US$ 92,9 bilhões –, mais da metade veio com a venda dos celulares. Os iPhones vendidos pela companhia somaram US$ 51,3 bilhões, cifra que também foi mais alta do que as estimativas de Wall Street. A previsão era algo próximo de US$ 48,8 bilhões.

O que vale ser analisado em relação a esses dois números é que enquanto as vendas gerais da Apple caíram 2,4% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o comércio de iPhones teve um desempenho melhor. A Apple faturou 2,6% a mais nos primeiros três meses deste ano com a venda de seu telefone do que entre janeiro e março de 2022.

No mesmo trimestre, a Apple reportou uma queda considerável em relação às vendas dos computadores da linha Mac e de iPads. No primeiro, retração de 31,7%, para US$ 7,1 bilhões no trimestre. Nos tablets, as vendas somaram US$ 6,6 bilhões, queda de 13,1%. Os relógios, fones e outros dispositivos da empresa da maçã caíram 1%, para US$ 8,7 milhões.

A vertical de serviços (que inclui plataformas como iCloud e Apple TV, por exemplo), foi a única além dos iPhones que registrou alta. Noi caso, o crescimento foi de 5% para US$ 20,9 bilhões.

A Apple não deu muitos detalhes do porquê da queda nos números dos computadores e dos tablets. A empresa apenas informou que as vendas foram menores devido a queda nas vendas líquidas para os modelos Pro dos Macs e dos iPads.

Vale destacar, no entanto, que o mercado de computadores vive um momento ruim. De acordo com dados da IDC e da Canalys, as vendas de aparelhos decresceram entre 29% e 33% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2022.

Dois motivos explicam a queda: o primeiro se dá pela alta acima da expectativa entre 2020 e 2021 pelo fato de que muitas pessoas foram trabalhar de casa e, assim, a venda de notebooks aumentou. O segundo ponto está no fato de que muitos daqueles computadores ainda estão novos, então os usuários ainda não decidiram trocar suas máquinas.

Iphonedependência

A dependência do iPhone para a Apple não mudou nos últimos cinco anos. No primeiro trimestre de 2019, o celular foi responsável por 53% da receita de US$ 58 bilhões naquele período. Esse percentual passou para 49,5%, 53,5% e 51,9% no mesmo trimestre nos anos que se seguiram. Nestes primeiros três meses de 2023, o iPhone representou 54,1%.

Em outros números, a Apple informou em seu balanço financeiro do primeiro trimestre (mas que é o segundo trimestre fiscal da empresa) que reportou lucro de US$ 24,1 bilhões no trimestre, o que representa uma queda de 3,6% ante o mesmo período do ano passado.

Avaliada em US$ 2,7 trilhões, a Apple vem agradando os investidores que alocaram dinheiro na companhia - ou, pelo menos, aqueles que investiram nos últimos meses. Desde o começo do ano, as ações da empresa de Cupertino já subiram 38%.