A B&Partners é a mais nova empresa do mercado de publicidade e marketing digital a apostar no metaverso. A companhia fundada em 2018 por Bazinho Ferraz e que atende 250 clientes, entre eles empresas como Ambev, Magazine Luiza, JBS, entre outras, está lançando uma startup dedicada a trabalhar com tecnologias de web3.
Antecipado com exclusividade pelo NeoFeed, o lançamento da nova companhia, que ganhou o nome de Enterchain, será feito de forma oficial na segunda-feira, 17 de outubro. A operação será comandada por Mitikazu Koga, especialista em marketing digital que já vinha realizando trabalhos neste sentido para algumas marcas.
“A Enterchain é uma empresa que vai complementar a nossa oferta de especialistas e chega para ser o pilar em web3”, diz Ferraz, fundador e CEO B&Partners, que revela que o investimento na inciativa até o fim do ano que vem deve somar R$ 2 milhões. “Todas as marcas vão partir para a criação de comunidades e essas tecnologias abrem as possibilidades para isso.”
Enquanto Koga entra com o conhecimento técnico para liderar a operação, a B&Partners dará o apoio estrutural e as conexões necessárias para levar as novas tecnologias às empresas. “Apesar de ter competência técnica, quando você fala de marca, a tecnologia precisa estar aliada com a estratégia como um todo”, diz Koga.
A forma como o trabalho será desenvolvido ainda está em fase de planejamento, mas sabe-se que as estratégias serão adotadas de acordo com o segmento de cada empresa. No geral, o plano é trabalhar com NFTs, mas não apenas no comércio de artes virtuais que podem valorizar ou não com o tempo.
A ideia é criar comunidades de pessoas em torno das marcas. Cada membro desta comunidade, cuja entrada se dará pela compra de tokens e NFTs, terá vantagens exclusivas como descontos na compra de produtos, possibilidade de ganhar prêmios e até de visitar as fábricas.
A estimativa é de que a nova divisão fature cerca de R$ 5 milhões no fim do ano que vem. Para este ano, o faturamento do negócio como um todo deve girar em torno de R$ 550 milhões, 40% maior do que o registrado em 2021.
A B&Partners reúne debaixo de sua operação diversas empresas de publicidade e marketing digital, como Eixo, New Vegas, Vitrio para atuar com storytelling, produção audiovisual, estratégias para varejo, social media, user experience, entre outras ferramentas. Conta atualmente com cerca de 1 mil funcionários
Com a Enterchain, a B&Partners aposta em um movimento em alta no mercado. Em setembro, o grupo de marketing digital Adventures passou a incorporar tecnologias de web3 dentro de seus negócios também de olho num movimento de tokenização. Naquele caso, no entanto, o foco ainda está mais voltado para as DNVBs de artistas como o cantor Gusttavo Lima e a atriz Sienna Belle.
Koga cita como exemplo algumas empresas que já incorporaram NFTs em seus negócios, como Starbucks, Tiffany, Nike, Gucci entre outras. “Todo mundo já está entrando nisso, mas a questão é que isso não vai ser opcional daqui três ou quatro anos”, diz Koga.
Do lado da Enterchain, o negócio já nasce com uma NFT criada, da Casa Granado, produtora de cosméticos, medicamentos e perfumaria. Em setembro foram lançados 152 NFTs, uma para cada ano de história da companhia fundada em 1870 e que deve faturar R$ 1 bilhão neste ano.
Cada NFT estava sendo vendido a partir de R$ 212 no site oficial da empresa e dá direito a produtos físicos como uma vela perfumada, desconto de 20% em compras durante um ano, visita ao escritório da empresa no Rio de Janeiro, participação em um workshop presencial com um especialista em perfumes, entre outras vantagens.
Questionado sobre o atual momento do mercado de NFTs, que vive um momento de baixa após a euforia registrada até a metade deste ano, Koga afirmou que este é um movimento natural e que faz parte da adoção de toda nova tecnologia. Ele também rebateu afirmando que apesar da queda, o volume ainda está alto.
Dados da consultoria Statista apontam que o Brasil é o segundo país com o maior número de usuários de NFTs, com 2,3% da população possuindo ao menos um ativo deste tipo. Isso representa quase 5 milhões de pessoas. O país só fica atrás da Tailândia, que tem 5,6 milhões de usuários donos de tokens não-fungíveis.