No começo de abril, um painel reuniu David Vélez, CEO e fundador do Nubank, André Street Street, fundador da Stone, e Henrique Dubugras, o fundador da Brex, empresa nascida no Vale do Silício que faz um cartão de crédito para startups, no Brazil at Silicon Valley, nos Estados Unidos.
No final do debate, o moderador fez a pergunta mais arriscada do dia. “Então, qual dessas empresas será a maior?” O Nubank, hoje é avaliado, em US$ 4 bilhões. A Stone, com capital aberta na Bolsa de Nova York, tem valor de mercado de US$ 7,7 bilhões. Mas a empresa de Dubugras, o menorzinho ali até aquele momento, não se intimidou. “A Brex”, respondeu ele, de bate-pronto.
Nesta terça-feira, 11 de julho, a Brex mostrou que pode chegar lá. A fintech que o jovem fundou ao lado do sócio Pedro Franceschi foi avaliada em US$ 2,6 bilhões, depois de levantar US$ 100 milhões em nova rodada de investimento, liderada pela Kleiner Perkins. Os atuais investidores, DST Global, IVP, Y Combinator e Greenoaks Capital, também participaram do novo aporte. Até agora, a Brex já captou US$ 382 milhões.
“Ainda não tocamos no dinheiro recebido no último aporte. Para nós, essa rodada agora é um evento de reprecificação, que vai nos ajudar no recrutamento de novos funcionários”, disse Dubugras ao TechCrunch. “Nossos bancos e parceiros gostam que tenhamos muito capital disponível para o caso de algo dar errado. É importante para uma fintech estar sempre bem capitalizada.”
A Brex foi fundada em 2017 pelos dois empreendedores brasileiros. Ganhou tração por fornecer, sem burocracia, um cartão de crédito para as startups. A empresa promete uma versão digital do cartão em até cinco minutos após o cadastro. A versão física fica pronta em até cinco dias. A dupla de empreendedores brasileiros também não pede garantias para emitir o cartão.
"Dizer que eles fazem cartões de crédito para startups hoje é como dizer que o Facebook é apenas para pessoas em campi universitários", disse Mood Rowghani, o investidor que liderou o investimento pela Kleiner Perkins, para a Bloomberg, que foi a primeira a noticiar a captação. "As plataformas começam a fazer uma coisa e você vê um roteiro de produtos começando a evoluir, mostrando do que é capaz."
Apesar da pouca idade dos fundadores da Brex, os investidores apreciam a maturidade com que os dois se aproximam de questões por vezes delicadas. "Acho que quando o assunto são fintechs, não é uma questão de o vencedor fica com tudo", disse Dubugras, no Brazil at Silicon Valley. “Há muito espaço para porcentagens e margens para nichos."
Meses atrás, Dubugras confessava suas ambições, dizendo que sentia que a Brex ainda "não tinha chegado ao ponto de virada", mas que aprendeu ao longo da jornada que é importante agir com velocidade, mas sem "quebrar as coisas".
E a velocidade da Brex tem sido impressionante. O primeiro produto foi lançado em março de 2017. Dois anos depois, ela já vale US$ 2,6 bilhões.
O jovem empreendedor revelou, no debate do Brazil at Silicon Valley, que sempre foi surpreendido pelos números que sua empresa conquistava. "Sempre alcançamos cifras maiores do que esperávamos", afirmou para a audiência da conferência. Visto sob a perspectiva do aporte de hoje, parece modéstia.
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