O Ibovespa acumulou 13 quedas consecutivas em agosto, na maior série histórica de perdas do principal indicador da bolsa de valores. Se para alguns essa marca pode significar desespero, para outros é uma oportunidade de entrada. O Itaú Private Bank entrou para a turma do “call”.
O NeoFeed teve acesso às decisões de alocação de investimentos que os clientes do Itaú Private receberam no fim da manhã de quinta-feira, 24 de agosto. A única mudança feita pelo comitê em relação às decisões anteriores foi o otimismo com a bolsa brasileira.
“Decidimos comprar bolsa dado a queda recente de 7%”, disse Nicholas McCarthy, CIO do Itaú Private Bank em vídeo distribuído aos clientes. “Os preços estão bem atrativos”.
No documento, o Itaú Private afirma que o início do ciclo de cortes da taxa Selic é o momento ideal para aumentar a exposição em bolsa brasileira.
“Historicamente, ciclos de afrouxamento monetário são os mais favoráveis para investimentos em renda variável no Brasil pois, além de impulsionarem a economia, reduzem o custo de endividamento das empresas e aumentam a atratividade relativa da renda variável versus a renda fixa”, diz um trecho do documento.
Na classe de ativos no Brasil, a bolsa brasileira saltou de neutro para a casa +1 (em uma escala até três). Ela se juntou à renda fixa juro real e vendido em dólar como as indicações locais otimistas.
Outro ponto que conta a favor de uma alta para as ações brasileiras é o fluxo de investidores estrangeiros.
“Apesar de o Brasil continuar no radar dos investidores internacionais como uma alternativa atrativa de compra, o fluxo de estrangeiros continua significativamente abaixo do registrado nos últimos anos, podendo ganhar impulso com uma eventual entrada de recursos para as bolsas emergentes em geral”, destaca o comitê.
McCarthy disse ainda que continua otimista com a alocação no Brasil, ressaltando que eles têm capturado o movimento de queda dos juros com papéis indexados à inflação.
“Além disso, após um longo tempo de performance fraca, a bolsa negocia a múltiplos muito descontados, não só em relação à sua média de longo prazo, mas em relação aos seus pares emergentes”, destaca o comitê de investimentos.
O Itaú Private continua focado em mercados emergentes em razão do cenário de desvalorização do dólar frente às demais moedas. Essa é a recomendação mais otimista, estando dois níveis acima do neutro.
“No cenário internacional, a expectativa é que a inflação vai cair nos próximos meses e o Fed vai se sentir confortável em deixar o juro onde está. Esse ciclo vai ser positivo para os mercados internacionais”, disse o CIO.