Na disputa dos podcasts, o Spotify partiu para o contra-ataque. A plataforma de streaming comprou a The Ringer, empresa de mídia especializada em conteúdo esportivo, com mais de 30 podcasts em seu catálogo.
Fundada em 2016 pelo ex-comentarista da ESPN Bill Simmons, a The Ringer conta com 100 milhões de downloads mensais. "Nos compramos a próxima ESPN", disse Daniel Ek, o CEO da Spotify, numa referência ao canal esportivo que hoje pertence à Disney.
A transação, que não teve os valores revelados, dará ao Spotify uma equipe pioneira em coberturas esportivas e de entretenimento, um catálogo generoso de podcast e um portal de notícias que permitirá à empresa expandir seus canais de conteúdo.
"Estamos ansiosos para colocar todo o potencial do Spotify a serviço do The Ringer, enquanto eles traçam nossa estratégica esportiva global", declarou Dan Ostroff, COO do Spotify.
Não chega a ser uma surpresa a nova aquisição do Spotify. No ano passado, a gigante sueca de streaming de áudio informou que destinaria US$ 500 milhões para turbinar sua estratégia de podcasts.
Em fevereiro de 2019, o Spotify comprou a produtora de podcast Gimlet e a Parcast, que tem shows originais neste formato. Um mês depois foi a vez de incorporar ao portfólio da empresa o Anchor, um software de gravação de podcast.
Em dezembro, 500 mil podcasts estavam no Spotify. Estima-se que 16% dos usuários mensais da plataforma ouçam podcasts, o que tem ajudado a aumentar a base de assinantes pagos.
O esforço do Spotify para ganhar relevância em podcasts pode ser explicado por dois números. Embora tenha mais usuários pagos que sua principal rival – 124 milhões de assinantes, contra 60 milhões do serviço da maçã –, a posição se inverte quando o assunto é podcast.
Há um outro motivo que faz com que o Spotify jogue suas fichas nesse setor. Segundo relatório da Interactive Advertising Bureau em conjunto com a consultoria PwC, os podcasts devem movimentar US$ 1 bilhão até 2021.
Avaliado em US$ 26,9 bilhões, o Spotify está presente em 79 países. Atualmente, conta com 271 milhões de usuários, sendo que 124 milhões deles pagam uma assinatura do serviço.
Apesar dessa base gigante, o Spotify apresentou prejuízo de US$ 230 milhões no último trimestre de 2019. No relatório, a companhia justificou parte de seu desempenho negativo ao aumento de 80% no custo operacional da companhia.
No terceiro trimestre de 2019, a plataforma contava com 113 milhões de assinantes e fechou o período com lucro de US$ 264 milhões.
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