A XP retomou a cobertura da Petrobras com uma recomendação de um preço-alvo de R$ 45,30 para os papéis na B3 (PETR3 e PETR4) e de US$ 16,40 para as ADRs negociadas na Bolsa de York no fim de 2022.
A visão positiva dos analistas da XP deve-se a uma comparação com seus pares internacionais. A Petrobras atualmente é negociada a 2,5x EV/EBITDA 12 meses à frente, frente a 3,4 vezes das petroleiras russas e 4 vezes das principais empresas da área do Ocidente.
“Caso a companhia continue operando da forma que vem atuando nos últimos anos (nosso cenário base), vemos a soma dos dividendos de 2022 a 2026 totalizando aproximadamente 100% do market cap”, escreveram os analistas André Vidal, Maíra Maldonado e Marcella Ungaretti.
Os dividendos que a Petrobras planeja pagar aos seus acionistas pode chegar a US$ 70 bilhões até 2026. Atualmente, a estatal do petróleo brasileira vale US$ 71,5 bilhões.
O trio de analistas da XP espera um dividend yield de aproximadamente 23%, contra 14,2% das petroleiras russas e 4,9% das principais empresas do setor do Ocidente.
Outro fator positivo, na visão dos analistas da XP, é o aumento da produção do pré-sal, com um aumento médio anual da produção na casa de 4% de 2021 a 2026.
“A companhia possui diversas reservas a serem exploradas na próxima década em projetos de alto retorno e baixo risco de execução”, escreveram os analistas.
Mas há vários riscos pela frente. Entre eles, o fato de a Petrobras voltar a ser usada para subsidiar o preço dos combustíveis.
“Embora haja indícios de que a Petrobras não esteja seguindo estritamente a paridade internacional de preços dos combustíveis, a situação está longe do que aconteceu durante 2011-2014, quando pelo menos US$ 40 bilhões foram perdidos”, observaram os analistas da XP.
O estouro de orçamento em investimentos, como ocorrido no passado, a governança corporativa em face das eleições de 2022 e as variações no petróleo e dólar podem gerar também volatilidade no preço das ações, na visão da XP.