A plataforma de e-commerce brasileira VTEX vai chegar à Bolsa de Nova York valendo US$ 3,75 bilhões. A companhia acabou de precificar sua ação a US$ 19, acima do limite superior da faixa, que ia de US$ 15 a US$ 17, refletindo a grande demanda pelos papéis da companhia.
Com isso, a companhia foi precificada pelos investidores a aproximadamente 22 vezes a sua receita estimada para 2022. O volume levantado foi de US$ 360 milhões sem o lote suplementar. Com ele, a VTEX pode adicionar mais US$ 54 milhões à captação.
A companhia vai tocar o sino na manhã desta quarta-feira, 21 de julho, na Nyse. Os papéis vão ser negociados com o símbolo VTEX.
Em 2020, a plataforma da VTEX movimentou US$ 7,5 bilhões, um crescimento de 135%, segundo informações do prospecto. A receita foi de US$ 99 milhões, sendo que 95% dela é recorrente.
A VTEX foi fundada em 2000 com o nome de Vitrine Têxtil por Mariano Gomide e Geraldo Thomaz. Naquela época, o foco era o desenvolvimento de software para indústria. O primeiro produto foi um programa de automação de força de vendas. As soluções para o varejo online foram uma evolução natural do portfólio. O mudança para VTEX aconteceu por volta de 2004.
Durante muito tempo, sofreu para sobreviver. O salto só aconteceu, em meados dos anos 2000, quando a empresa ganhou a conta da varejista americana Walmart. Na época, a companhia fundada por Gomide e Thomas tinha apenas quatro clientes.
Em 2011, quando recebeu um aporte de US$ 7 milhões do fundo sul-africano Naspers, eram 232. Em 2014, o Riverwood Capital investiu também na empresa.
Atualmente, a VTEX conta com mais de 2 mil clientes de 32 países. A lista inclui nomes como Boticário, Whirlpool, Electrolux, Sony, Walmart, L'Oréal, Coca-Cola, Nestlé e Motorola.
Na última rodada de investimento, em setembro do ano passado, a VTEX foi avaliada em US$ 1,7 bilhão. Na ocasião, o aporte foi liderado por Tiger Global Management. A Lone Pine Capital, uma gestora de Nova York com cerca de US$ 10 bilhões sob gestão, também participou da rodada. Softbank e Constellation seguiram o aporte.
Os coordenadores são J.P. Morgan, Goldman Sachs, BofA Securities, KeyBanc Capital Markets, Morgan Stanley e Itaú BBA.