Depois de registrar uma impressionante alta de 27% em 2024 e ser um dos principais ativos do ano, o ouro segue no caminho para ultrapassar a barreira de US$ 3 mil a onça-troy. Mas se for depender do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), o ritmo até a marca histórica será mais lento.

O Goldman Sachs, que esperava no ano passado que a commodity fecharia o ano na casa dos US$ 3.000, revisou sua estimativa para 2025 a US$ 2.910, segundo relatório citado pelo site Business Insider.

Para os analistas do banco americano, os US$ 3 mil estão no horizonte. Mas só devem aparecer em meados de 2026. O contrato futuro de ouro com entrega para fevereiro fechou em alta de 0,62%, a US$ 2.663.

A decisão foi tomada em meio às dúvidas que começam a surgir no mercado sobre o ritmo que o Fed adotará para cortar os juros. Na última decisão, em dezembro, a autoridade monetária aprovou um corte de 0,25 ponto percentual, levando os juros para uma faixa de 4,25% a 4,5%.

Representantes do Fed já sinalizaram que não possuem pressa para cortar os juros, diante dos sinais de que a economia americana está mais forte do que o esperado em setembro, quando o afrouxamento começou.

Dados recentes sobre o setor de serviços, mostrando aceleração da atividade e aumento dos preços pagos por insumos em dezembro, mais abertura de postos de trabalho acima do esperado em novembro, fizeram muitos analistas reduzirem as expectativas para os cortes de juros em 2025.

Os analistas do Goldman Sachs, por exemplo, esperam um corte total de 0,75 ponto percentual nos juros dos Estados Unidos em 2025. Antes, a previsão era de uma redução de 1 ponto percentual.

Uma vez que o ouro não rende juros, flexibilizações na política monetária geralmente aumentam a competitividade da commodity. Quando as taxas estão elevadas, ela perde em relação a ativos que rendem juros.

Os analistas do Goldman Sachs disseram também que a moderação na demanda especulativa pelo ouro após a eleição de Donald Trump também segura, em parte, a cotação. A commodity é considerada um porto seguro em tempos de incerteza.

No longo prazo, o banco acredita que as aquisições feitas pelos bancos centrais continuarão sendo o principal fator para sustentar a cotação do ouro. E também os cortes de juros, ainda que a expectativa é de que venham um pouco mais moderados.