Nos últimos meses, o Inter tem acelerado o passo rumo ao mercado internacional. No início deste ano, a Inter Invest, seu braço de investimentos, passou a oferecer aos clientes a possibilidade de investir em ativos no mercado americano por meio de um home broker internacional gratuito hospedado no Super App.
Em junho de 2022, o Inter começou a negociar suas ações na Nasdaq, a bolsa de tecnologia dos Estados Unidos. E há alguns dias, deu a largada para uma iniciativa ainda mais ousada: a oferta de uma conta global em dólar para toda a sua base de clientes, em uma experiência 100% integrada dentro de seu Super App.
A Global Account confirma que o Inter está disposto a fincar definitivamente bandeiras no exterior e eliminar as fronteiras que separam o mercado brasileiro do mais importante do mundo: o americano.
Entre outros atributos, a conta em dólar oferece um cartão de débito com todas as funcionalidades de um produto desse tipo, permitindo a realização de compras físicas e virtuais, saques e pagamentos – e tudo isso com apenas alguns cliques no aplicativo.
“Os brasileiros sempre tiveram dificuldade para acessar o sistema financeiro americano, porque era algo complexo e burocrático”, afirma Aloísio Matos, diretor de cross-border services do Inter. “Nós queremos justamente eliminar essas barreiras.”
A história da Global Account começou a ser escrita com a aquisição, em agosto do ano passado, da Usend, companhia de tecnologia financeira sediada nos EUA
A história da Global Account começou a ser escrita com a aquisição, em agosto do ano passado, da Usend, companhia de tecnologia financeira sediada nos Estados Unidos que oferece o produto e foi fundada por brasileiros.
A Usend encurtou caminhos. Com ela, o Inter associou-se a uma empresa consolidada no mercado americano e que já era detentora de todas as licenças de operação nos Estados Unidos.
Por sua vez, o Inter possui uma base de dados sólida – atualmente, são mais de 20 milhões de clientes –, um aplicativo que oferece inúmeros serviços e uma marca reconhecida no mercado brasileiro.
Ao juntar forças, ficou mais do que evidente que o banco estava pronto para oferecer a sua própria conta global. “Como já tínhamos uma experiência sólida no Brasil, ficou mais fácil replicá-la nos Estados Unidos”, diz Matos.
Apaixonado pelo projeto, o executivo faz questão de demonstrar como a conta funciona. Ele pega o celular e transfere, na hora, US$ 10 de sua conta no Brasil para a americana. Em tempo real, o dinheiro cai na Global Account.
É um processo simples, executado com poucos cliques e finalizado de maneira automática. O cliente do banco pode abrir e movimentar a conta em dólar pelo mesmo aplicativo usado para os serviços brasileiros, trocando apenas a bandeirinha do Brasil para os Estados Unidos.
“Somos o único banco do país que oferece uma conta em real no Brasil e outra em dólar nos Estados Unidos em um mesmo aplicativo”, diz Matos. “É um diferencial fantástico.”
Além da praticidade, a Global Account traz inegáveis vantagens financeiras. O IOF cobrado nas transferências de valores da conta brasileira para a global é de 1,1%. Já no caminho inverso, a transferência da conta internacional para a brasileira, o imposto é de 0,38%.
Não é apenas isso. Para fazer compras com o cartão de débito virtual nos Estados Unidos, que está sendo liberado gradativamente, o cliente deve adicioná-lo a carteiras digitais conhecidas (Apple Pay, Google Pay e Samsung Pay) e depois confirmar o pagamento pela aproximação do celular. Nessa operação, não há cobrança de IOF.
Para efeito de comparação, as compras feitas com os tradicionais cartões de crédito internacionais emitidos no Brasil incluem IOF de 6,38%.
A mesma lógica vale para compras feitas em sites internacionais com o cartão de débito da Global Account. Nesses casos, o cliente do Inter pode usar o seu saldo internacional para realizar a compra – e sem pagar IOF pela operação.
A partir deste mês de agosto, os usuários terão acesso também à versão física do cartão, o que possibilitará, além das compras, a realização de saques em dinheiro em terminais eletrônicos dos EUA
A partir deste mês de agosto, os usuários terão acesso também à versão física do cartão, o que possibilitará, além das compras, a realização de saques em dinheiro em terminais eletrônicos dos Estados Unidos. Nos terminais da rede Allpoint, que tem mais de 55 mil ATMs, não haverá cobrança de taxas. Para saques em outras redes, o proprietário ou operador das ATMs pode cobrar uma taxa adicional pelo serviço.
Vale lembrar que não há custo para a abertura e manutenção da conta, as transferências podem ser realizadas em qualquer hora nos sete dias da semana e a taxa de câmbio utilizada para as operações será a comercial, mais barata que a turismo.
O Inter espera atender aos mais variados perfis de clientes. Para profissionais que realizam serviços no exterior, por exemplo, a Global Account representa enorme comodidade, na medida que é possível receber recursos diretamente nos Estados Unidos.
O mesmo vale para quem pretende enviar valores de uma conta nos Estados Unidos para outra no mesmo país. Isso pode ser feito de maneira instantânea, sem maiores burocracias.
O cartão de débito internacional poderá também ser usado em outros países. “Se estiver na Europa, o cliente faz compras normalmente com a sua Global Account”, diz Matos. Lembrando que, nesse caso, a conversão é feita do dólar para a moeda do país onde o cliente estiver.