O índice de preços ao consumidor (IPC) americano aumentou 0,3% em janeiro, acumulando alta de 3,1% em 12 meses, informou o Bureau of Labor Statistics do Departamento de Trabalho nesta terça-feira, 13 de fevereiro.
O dado veio acima do esperado pelo mercado e previsto pelos economistas de 2,9% em 12 meses, e maior do que no mês anterior, quando os preços subiram 0,2% em dezembro.
Por conta disso, o mercado financeiro adiou as suas expectativas de consenso para início da redução das taxas de juros de maio para junho, quando 80% do mercado agora acredita que haverá o primeiro corte. No início do ano, o mercado estava ainda mais otimista, prevendo um corte em março, o que já foi completamente descartado.
Habitação, seguros de veículos e cuidados médicos contribuíram para as pressões sobre os preços de janeiro. O custo de moradias, principalmente de aluguéis, foram responsáveis por mais de dois terços do aumento do IPC.
Os números desta terça-feira mostraram que, embora a tendência de deflação nos bens essenciais tenha continuado, a inflação nos serviços permaneceu forte, em parte devido a um aumento nos custos dos cuidados médicos.
As ações dos EUA estão caindo mais de 1%, tanto o SP 500, como o Dow Jones e Nasdaq. O dólar subiu em relação a uma cesta de moedas e os preços dos títulos do Tesouro dos EUA caíram.
A leitura geral dos economistas é que a inflação de fato cairá neste ano, mas não em uma trajetória linear. Economistas do Morgan Stanley preveem que a inflação neste semestre seja um pouco maior que no período passado. Mas um processo desinflacionário é previsto para o segundo semestre.
O presidente do Fed, Jay Powell, disse no mês passado que o Comitê Federal esperava cortar as taxas de juros três vezes este ano, mas sinalizou que era improvável que começasse a fazê-lo até que mais progresso fosse feito em direção à meta de inflação de 2% ao ano, preferindo ver mais meses de inflação controlada.
Agora, todas as atenções estão na próxima reunião de política monetária do Fed, que está agendada para 19 e 20 de março, quando será divulgado as projeções para as taxas de juro, inflação e desemprego.