Na tarde de terça-feira, 18 de novembro, enquanto o mercado comentava sobre a liquidação do Banco Master e a prisão de Daniel Vorcaro, alguns banqueiros recebiam ligações de membros do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Nada que fosse alarmante, afinal o FGC já estava preparado para esse baque, mas o assunto era mais do que pertinente.

Segundo banqueiros com os quais o NeoFeed conversou, o FGC busca antecipar os pagamentos dos bancos para encorpar o caixa da instituição.

Em sua maioria, eles têm ouvido com atenção e manifestado um sentimento controverso com o caso do banco de Vorcaro.

Por um lado, estão desgostosos por terem de pagar uma conta tão alta. Em compensação, eles têm se mostrado aliviados pelo fim de um competidor tão nocivo ao mercado financeiro.

O fundo adotou essa postura ativa em razão do tamanho do desembolso que terá de ser feito - o cálculo é um valor próximo a R$ 41 bilhões.

Com R$ 122 bilhões em caixa, o FGC passou boa parte do dia conversando com todos os bancos do sistema financeiro nacional sobre a sua reserva contábil.

O volume bilionário de pagamentos vai pressionar o colchão de segurança do FGC e, por esse motivo, o pedido é para que os bancos antecipem o desembolso dos próximos anos.

A recomposição de caixa é tanto uma maneira de continuar garantindo a segurança do sistema como manter o nível acima da meta de sua reserva contábil.

Por lei, o FGC precisa ter algo entre 2,3% e 2,7% na sua reserva dos depósitos elegíveis para pagamento do fundo.
Com esse desembolso aos credores do Master, é dado como certo que o FGC vai ficar abaixo dessa regra.