Em um sinal de que a agenda ESG (environmental, social and corporate governance) chegou para, ao menos, influenciar as grandes empresas, a Lego está se preparando para ter os seus famosos blocos de montar feitos com garrafas PET em até dois anos.
A companhia dinamarquesa produz mais de 3,5 mil formas diferentes de blocos de montar, mas até agora não encontrou nenhum produto sustentável que possa durar por muitos anos.
A meta é produzir algo “bom o suficiente” que as pessoas não notem a diferença dos blocos atuais, disse Tim Brooks, vice-presidente de sustentabilidade da Lego, à BBC.
Tipicamente, os produtos da Lego duram por uma ou duas gerações. E o objetivo é que as novas peças sustentáveis possam ter uma duração semelhante.
A estratégia da Lego vem da pressão de seus próprios consumidores, tanto adultos quanto crianças, que estão pedindo por produtos mais sustentáveis.
Desde 2015, a companhia criou um centro de inovação de materiais sustentáveis para estudar quais podem ser as mudanças no formato, na durabilidade e na coloração das peças.
Em 2018, a Lego há havia declaro que seu objetivo é produzir todos os seus principais produtos com materiais sustentáveis até 2030.
Como parte dessa estratégia, a Lego já desenvolveu protótipos de blocos de montar que usam PETs, mas em conjunto com outros químicos. Atualmente, a empresa utiliza acrilonitrila butadieno estireno, um plástico feito a partir do petróleo.
A Lego produz entre 110 bilhões e 120 bilhões de peças por ano, sendo que 80% delas são feitas com acrilonitrila butadieno estireno. Apenas 5% usam uma matéria-prima à base de cana de açúcar.
Por conta disso, a empresa emite aproximadamente 1,2 milhão de toneladas de carbono por ano. Cerca de um terço dessas emissões vem de sua produção de materiais.
O faturamento da Lego avançou 21%, atingindo quase US$ 7 bilhões em 2020. O crescimento se deve a aposta da empresa em seu comércio eletrônico e no mercado chinês.