O que um carro elétrico precisa ter? Antes de tudo, rádio AM. Isso é o que vem alertando um grupo de especialistas em segurança nos Estados Unidos mediante às mudanças que algumas fabricantes vêm fazendo e que implicam na retirada deste componente dos veículos.

Nos últimos meses, fabricantes como Tesla e Ford reavaliaram seus projetos e decidiram remover as antenas de rádio que captavam sinal AM de seus modelos mais recentes. A justificativa é de que a frequência de transmissão sofre interferência pelas ondas eletromagnéticas dos novos motores desses automóveis.

Conforme reportado pelo jornal The Wall Street Journal, o governo americano precisa buscar maneiras de fazer com que as montadoras mantenham os rádios em carros. A falta deste equipamento prejudica a recepção de alertas de emergência aos motoristas  relacionados com desastres naturais e condições climáticas extremas.

Isso porque o rádio é considerado por especialistas como um meio de transmissão de mensagens que pode ser a última linha de comunicação e que se torna imprescindível para o envio de mensagens de forma instantânea. Nos EUA, mais de 75 estações de rádio são utilizadas para levar a cobertura de sinal AM para 90% da população.

O debate em relação a necessidade dos rádios nos veículos elétricos vem ganhando novos contornos nos últimos tempos. Em dezembro, o senador democrata Ed Markey escreveu uma carta para 20 fabricantes de automóveis movidos à eletricidade questionando sobre os planos para manter ou remover o equipamento.

Em resposta, a Alliance for Automotive Innovation, um grupo da indústria que representa as principais montadoras dos EUA, afirmou que está comprometida em manter o acesso aos alertas de segurança. O grupo também informou que está estudando as formas de acesso dos motoristas com esses alertas.

Enquanto algumas empresas abdicaram do rádio AM, outras não pretendem remover o equipamento tão cedo. É o caso da Hyundai, que afirma que o rádio está disponível em todos os seus veículos elétricos disponíveis nos EUA. A Toyota, que enxerga a interferência como um desafio, também manteve o componente.