Há pouco mais de um ano, a fabricante brasileira Camil escolheu o caminho das aquisições para ampliar seu portfólio e sair apenas da oferta do arroz e feijão pela qual é conhecida. E, agora, está acrescentando novas opções em seu pacote para os consumidores.

A empresa anunciou na manhã desta terça-feira, 23 de agosto, um acordo com a Pepsico para a compra da Cipa Industrial e da Cipa Nordeste Industrial, empresas responsáveis pela Mabel, uma das principais marcas de biscoitos do mercado brasileiro.

A transação, cujos termos financeiros não foram revelados, marca a entrada da Camil na categoria de biscoitos e inclui ainda as marcas Mirabel, Doce Vida, Elbi’s e Pavesino, além das fábricas da Cipa em Aparecida de Goiânia (GO) e Itaporanga D’Ajuda (SE).

Com aprovação sujeita à avaliação do Conselho Admiistrativo de Defesa Econômica (Cade), o acordo com a Pepsico também envolve o licenciamento para o uso, pela Camil, da marca Toddy na categoria de cookies, pelo prazo de dez anos, bem como a aquisição dos ativos que compõem essa operação.

Em fato relevante, a Camil destacou que a aquisição reforça sua estratégia de expansão geográfica em regiões complementares às suas operações atuais e inclui no portfólio produtos de alto valor agregado, com sinergias atreladas em frentes como vendas cruzadas e ganhos de escala.

Essa é a sexta aquisição fechada pela Camil desde julho de 2021. O pontapé dessa estratégia veio com a compra dos negócios de arroz da Dajahu e das ações da Transportes Ronaljavhu, ambas no Equador. Um mês depois, a companhia comprou a Santa Amália, marcando sua estreia na categoria de massas.

Já em setembro do mesmo ano, a empresa entrou na categoria de cafés ao anunciar a compra da marca Seleto. E, em dezembro, reforçou seu olhar para o segmento com um investimento na Café Bom dia. No mesmo mês, comprou ainda a Silcom, de produtos como frutas secas, molhos e azeites, no Uruguai.

No segundo trimestre de 2022, a Camil apurou uma receita líquida de R$ 2,39 bilhões, alta de 6,2% sobre igual período em 2021. O lucro líquido da operação, no entanto, recuou 10,5%, para R$ 96,8 milhões. A empresa está avaliada em R$ 3,57 bilhões. No ano as ações da companhia acumulam uma desvalorização de 11,4%.