A startup de inteligência artificial (IA) americana Anthropic contratou o escritório de advocacia Wilson Sonsini para começar os preparativos do que pode se tornar uma das maiores aberturas de capital da história do mercado de ações mundial.

As informações foram reveladas pelo Financial Times. À Reuters, um porta voz da empresa disse que ainda não “determinou quando e nem mesmo se” fará a abertura de capital.

Segundo as reportagens, a Anthropic teria mantido tratativas iniciais e informais com grandes instituições financeiras sobre um eventual IPO, ainda distante da etapa em que se define quem serão os coordenadores da oferta. Mas haveria uma tentativa para listar ainda em 2026.

Liderada por Dario Amodei, a empresa projeta mais do que dobrar, e possivelmente quase triplicar, sua receita anualizada, para algo em torno de US$ 26 bilhões no próximo ano. Hoje ela possui mais de 300 mil clientes corporativos e empresariais.

Segundo a CNBC, a avaliação de mercado da Anthropic subiu recentemente para algo em torno de US$ 350 bilhões, ante US$ 183 bilhões em setembro, após novos investimentos de Microsoft e Nvidia.

Em 19 de novembro, a Microsoft anunciou uma nova parceria com a Nvidia e a Anthropic como parte do esforço para diversificar sua estratégia de IA. Pelo acordo, a Microsoft investirá até US$ 5 bilhões e a Nvidia, até US$ 10 bilhões na empresa.

O escritório Wilson Sonsini é uma das casas mais tradicionais do ecossistema de tecnologia e mercado de capitais nos EUA, já tendo assessorado ofertas e transações de nomes como Google, LinkedIn e Lyft. E é quem aconselha a Anthropic desde 2022, estando presente inclusive nos aportes da Amazon.

A notícia sobre uma preparação para listagem surge enquanto a rival OpenAI também aparece como estando nos estágios iniciais de preparação para um IPO. A companhia, que é apoiada pela Microsoft, já foi tratada como candidata a uma das maiores aberturas de capital da história. No entanto, seus executivos sinalizaram que o tema não está no curto prazo, embora a empresa prepare terreno para uma eventual ida ao mercado mais à frente.

Nesta semana foi revelado que Sam Altman, CEO do OpenAI, mandou um memorando de alerta vermelho para seus funcionários afirmando que todos os esforços devem estar agora no chat GPT e adiar novos projetos, já que a empresa não pode mais contar apenas com o pioneirismo enquanto rivais estão encostando rapidamente em seus resultados e até mesmo os superando.

Em testes comparativos, o modelo de linguagem da OpenAI vem sendo superado por outras companhias, como o Gemini do Google, e entre os clientes corporativos o Claude vem se destacando.
Enquanto isso, a empresa continua precisando de muito capital. Segundo o HSBC, faltariam US$ 207 bilhões para a empresa fechar as contas nos próximos cinco anos.