No último dia 8 de fevereiro, a Marisa comunicou ao mercado as renúncias do CEO Adalberto Pereira Santos e do conselheiro Marcelo Casarin, em um novo sinal de mais uma etapa de uma reestruturação que já se arrasta por mais de dez anos na varejista.

A informação veio acompanhada do anúncio da contratação da BR Partners, para assessorar a rede na renegociação de suas dívidas, e também da consultoria Galeazzi, para “aperfeiçoar” a estrutura de custos da operação.

Na manhã de segunda-feira, 13 de fevereiro, em mais um desdobramento desse momento conturbado, a rede divulgou um fato relevante com novas baixas no seu board, a partir das renúncias do presidente Marcelo Martinelli, e do conselheiro Dilson Batista dos Santos Filho.

No mesmo comunicado, a Marisa informou que elegeu João Pinheiro Nogueira Batista como novo como presidente do conselho de administração. Ao mesmo tempo, nomeou Luis Paulo Rosenberg como novo membro independente do colegiado.

“A nova formulação do Conselho de Administração da companhia com a chegada de dois executivos seniores, com larga experiência à frente de grandes companhias de capital aberto, traz uma contribuição importante para a administração”, informou a empresa, no documento.

Além da presidência do board da Codesa e de ter sido conselheiro da Wiz, Batista foi CEO da Evoltz Participações, da Suzano Petroquímica e da Swiss Re. Entre outras passagens, o executivo também foi CFO da Petrobras. Atualmente, ele integra o conselho da Braskem.

Já Rosenberg é sócio fundador da Rosenberg Consultoria e atuou como membro dos conselhos de administração da Suzano, da Nestlé e do banco BBVA, além de ter sido assessor do Ministério da Fazenda, entre outros cargos.

Parte do novo capítulo da longa crise vivida pela Marisa se explica pelas dívidas acumuladas pela companhia. E que ganham ainda mais dimensão diante do cenário de juros altos e inflação, com seus respectivos impactos no bolso das consumidoras da rede.

Segundo dados públicos mais recentes, a Marisa encerrou o terceiro trimestre de 2022 com um saldo de caixa de R$ 183,2 milhões e uma dívida bancária da ordem de R$ 230 milhões. Desse total, R$ 188,1 milhões são compromissos de curto prazo, ou seja, de doze meses.

Ao mesmo tempo, a dívida também inclui um total de R$ 558 milhões para financiar a operação do MBank, a financeira em versão digital da varejista. Dessa soma, R$ 126,2 milhões são vencimentos de curto prazo.

Em 2023, as ações da Marisa, que fecharam o pregão da sexta-feira, 10 de fevereiro, a R$ 0,77, acumulam uma desvalorização de 38,4%. Nos últimos doze meses, o recuo é de 76,1%. A rede está avaliada em R$ 263,8 milhões.