Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a capacidade instalada de energia eólica no Brasil cresceu 924% nos últimos dez anos, alcançando o patamar de 25,04 gigawatts, até fevereiro deste ano, e uma participação de 13,16% na matriz energética do País.
Atualmente, essa base inclui cerca de 890 parques eólicos em operação em doze estados, sendo que 85% deles estão instalados no Nordeste. Agora, esse mapa está ganhando o reforço de um novo projeto, com um investimento bilionário.
Na manhã desta terça-feira, 18 de abril, a ArcelorMittal anunciou que sua operação brasileira irá investir US$ 800 milhões (R$ 3,9 bilhões) em uma joint venture com a Casa dos Ventos para desenvolver um parque eólico com capacidade de 554 megawatts no País.
A subsidiária da empresa irá deter uma fatia de 55% na operação, com a Casa dos Ventos respondendo pelos 45% restantes. O acordo já obteve a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e será concluído nos próximos 15 dias.
Em comunicado, a Arcelor Mittal ressaltou que o projeto vai ao encontro das iniciativas de descarbonização do grupo e, ao mesmo tempo, busca garantir as “demandas futuras” de energia da empresa no País, em especial, após a conclusão da compra da Companhia Siderúrgica do Pecém, em março deste ano, por US$ 2,2 bilhões.
“Além de fazer sentido para o clima, esse projeto sentido do ponto de vista financeiro e operacional. Ele reduz os custos de eletricidade e oferece segurança energética para nossos negócios no Brasil, proporcionando retornos atraentes e consistentes no longo prazo”, afirmou, em comunicado, Aditya Mittal, CEO da ArcelorMittal.
Batizado de Babilônia, o parque será instalado na região central da Bahia. O projeto está em fase de licenciamento ambiental e regulatório, com início das obras previstas esse ano e a projeção de entrar em operação em 2025.
Como parte do acordo, o grupo irá firmar um contrato de compra de energia de 20 anos com a joint venture. A estimativa é de que o parque forneça 38% da demanda total de energia da empresa no País. O novo passo da ArcelorMittal nessa direção não está restrito, no entanto, ao mercado brasileiro.
Há um ano, por exemplo, a empresa fechou uma parceria com o grupo Greenko, na Índia, para desenvolver um projeto de energia com 975 megawatts de capacidade de energia eólica e solar, que irá fornecer mais de 20% de suas demandas no país.
Já na Argentina, a companhia estabeleceu uma parceria com a PCR para o desenvolvimento de um projeto de energia eólica e solar com capacidade de 130 megawatts, que irá atender mais de 30% de suas necessidades locais de energia.