Nos últimos meses, os executivos da Cosan, avaliada em R$ 13,9 bilhões na bolsa, passaram a se reunir com uma série de interessados na joia da coroa do empresário Rubens Ometto. A controladora de companhias como Raízen, Rumo, Compass, Moove e Radar, a Cosan, que tem um alto endividamento, acaba de resolver essa questão.

O BTG Pactual e a Perfin estão liderando um aumento de capital de R$ 10 bilhões na Cosan. A Aguassanta, o family office da família Ometto, também participa. Os três firmaram um acordo de acionistas com duração de 20 anos.

O BTG contribuirá com R$ 4,5 bilhões. A Perfin com R$ 2 bilhões. E a Aguassanta, com R$ 750 milhões. O aumento de captail inclui um hot issue de R$ 1,8 bilhão. E outra oferta, de R$ 2,75 bilhões, para os demais acionistas.

O dinheiro será usado para reduzir o endividamento de R$ 17,5 bilhões e a alavancagem de 3,4 vezes. Com a oferta, essa dívida deverá cair mais da meta.

A entrada de um novo sócio foi relativamente rápida. Segundo apurou o NeoFeed, as conversas aconteciam desde julho e foram intensificadas nas últimas semanas. As ações da Cosan subiram mais de 40% desde 21 de agosto quando os rumores sobre uma capitalização aumentaram. No ano, caem mais de 6%.

A Cosan é um dos maiores grupos empresariais do país e o BTG e Perfin entendiam que esse era o momento para entrar em uma companhia que tem ativos valiosos, mas que precisava acertar a sua estrutura de capital. Além disso, André Esteves e Rubens Ometto têm uma relação de longa data.

A Cosan tinha quatro propostas na mesa, de acordo com uma reportagem publicada pelo NeoFeed no começo de setembro deste ano. Os interessados eram Suzano, Mitsubishi, BTG e Perfin.

Na ocasião, uma fonte próxima da companhia disse que “havia uma possibilidade de um aumento de capital, sim. Mas não era o melhor momento para fazer”.

A prioridade dentro do grupo era resolver primeiro a capitalização da Raízen, joint venture com a Shell que está em processo de desinvestimento para reduzir a sua alavancagem.

A dívida líquida da companhia estava em R$ 49,2 bilhões, com alavancagem de 4,5 vezes no primeiro trimestre da safra 2025/2026, encerrado em junho.