Na manhã de ontem, 8 de agosto, em conversa com jornalistas, Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco, ressaltou que o banco já enxerga sinais positivos para o mercado de capitais, com um crescimento das operações no segundo semestre de 2023.
Passadas pouco mais de 24 horas dessa afirmação, esse discurso ganhou um reforço importante na figura do BTG Pactual, um dos players que fizeram sua fama justamente no espaço dos bancos de investimentos.
“Com o início do ciclo de queda de juros, acreditamos que vamos ter um volume maior de emissões, tanto em dívida quanto em ações, nos próximos trimestres”, afirmou Renato Cohn, diretor de RI e CFO do BTG, em conferência com analistas no fim da manhã desta quarta-feira.
O executivo observou que o banco já projetava uma melhora entre abril e junho nessas operações, especialmente nas atividades de DCM (debt capital markets). Mas ressaltou que o desempenho veio acima dessa expectativa, com essa linha, em particular, registrando o melhor trimestre desde 2021.
Como os primeiros indícios dessa recuperação, no período, o BTG registrou 16 transações de DCM, contra 13 no primeiro trimestre de 2023 e 33, há um ano. Já em ECM (equity capital markets), o banco fez 9 operações, ante 3, de janeiro a março, e 5, um ano antes.
Entre abril e junho, o investment banking do BTG apurou uma receita de R$ 306 milhões, o que uma queda de 37%, sobre igual período, um ano antes, mas um salto de 17% sobre o primeiro trimestre de 2023. De janeiro a junho, a receita ficou em R$ 836 milhões, um recuo, em base anual, de 32%.
Em relação às demais divisões, outras três unidades foram destacadas pelo banco. Em Sales & Trading, por exemplo, a receita foi recorde e cresceu 44% na comparação com o segundo trimestre de 2022, para R$ 1,8 bilhão.
Já em Asset Management, a receita cresceu 7%, para R$ 431 milhões. Enquanto que, em Wealth Management, o número ficou em R$ 727 milhões, um desempenho 17% superior frente ao reportado há um ano.
A receita total no período foi de R$ 5,4 bilhões, alta anual de 18%. O lucro líquido ajustado, por sua vez, cresceu 18%, para R$ 2,5 bilhões, e o retorno ajustado sobre o patrimônio (ROAE) ficou em 22,7%, contra 21,6%, um ano antes, e acima do guidance dado pelo banco no início do ano, de 21,9%.
“No início do ano, nós antecipamos um mercado bastante desafiador”, disse Roberto Sallouti, CEO do BTG. “Não estamos pronto para dar aqui nenhuma revisão, mas esse guidance do ROAE para o ano talvez tenha ficado conservador.”
Em outros indicadores, o BTG encerrou o trimestre com uma captação líquida da ordem de R$ 61 bilhões e alcançou um volume de R$ 1,4 trilhão de ativos sob gestão, alta anual de 31%. Já o patrimônio líquido cresceu 12,9%, para R$ 46,7 bilhões.
Na segunda, 7 de agosto, a plataforma TradeMap mostrou que o BTG ultrapassou o Bradesco em valor de mercado e se tornou o segundo maior banco com ações negociadas na B3.
As units do BTG operavam com ligeira alta de 0,03% por volta das 13h na B3. No ano, a valorização acumulada está próxima de 38%. O banco está avaliado em R$ 111,2 bilhões.