Alvo de uma série recente de rumores no mercado, a possível venda de uma parcela das ações que o grupo francês Casino detém no Assaí, rede brasileira de atacarejo, ganhou ares oficiais no início da noite desta quarta-feira, 26 de outubro.

Em fato relevante, o Assaí anunciou que seu Conselho de Administração recebeu uma comunicação do Casino informando que deu início aos estudos para uma potencial venda de parte de sua fatia na empresa. Atualmente, o grupo francês tem 41% das ações da companhia brasileira.

De acordo com a divulgação, o Casino vai buscar um acordo por um valor aproximado de US$ 500 milhões, cifra que poderá ser ampliada a depender das condições de mercado. Para isso, o grupo contratou o BTG Pactual, o Itaú BBA e o J.P. Morgan para a análise dos termos da transação em potencial.

O Assaí informou ainda que não foi tomada nenhuma decisão final acerca de um eventual acordo nessa direção, que seria concretizado por meio de uma oferta pública secundária e poderia ser concluído no fim do mês de novembro, dependendo das condições de mercado.

As especulações sobre essa movimentação ganharam força no início da última semana com as notícias sobre as preocupações do mercado acerca do agravamento dos problemas de alavancagem do Casino, um cenário que colocaria a participação no Assaí como um dos ativos para levantar recursos e sanar a operação.

Como parte desse processo e do plano de captar cerca de € 4,5 bilhões até o fim de 2024, uma das iniciativas recentes do Casino foi a venda da GreenYellow, seu negócio de energia renovável, para a também francesa Ardian, em julho desse ano, por € 600 milhões.

Nesse contexto, as ações do Assaí fecharam o pregão da terça-feira, 18 de outubro, com queda de 9,22%. Dois dias depois, a rede brasileira reportou seu resultado referente ao terceiro trimestre de 2022. No período, entre outros indicadores, a receita líquida cresceu 29,2%, para R$ 13,8 bilhões.

Os papéis do Casino fecharam o pregão de hoje, em Paris, com alta de 3,58%. Já as ações do Assaí encerraram as negociações na B3 cotadas a R$ 17,08, em queda de 3,45%. No ano, os papéis da companhia, avaliada em R$ 22,9 bilhões, acumulam uma valorização de 31,7%.