Com o fim da temporada de resultados do quarto trimestre e do ano de 2024 do mercado de seguros, o Citi divulgou um relatório revisando as perspectivas para o setor. E nesse balanço, quem saiu com um saldo negativo foi a Caixa Seguridade.

Ao incluir em sua análise o desempenho recente das ações e as expectativas sobre o cenário macroeconômico, o banco rebaixou a recomendação da companhia, de compra para neutro, além de reduzir o preço-alvo da ação, de R$ 18 para R$ 15,50.

“Estamos rebaixando a Caixa Seguridade, alinhando-a com a BB Seguridade”, escreveram os analistas Gustavo Schroden, Arnon Shirazi e Brian Flores, que mantiveram a recomendação neutra para a BB Seguridade e de compra para a Porto e o IRB.

“Apesar dos múltiplos permanecerem abaixo dos níveis históricos e os dividend yields ainda serem atraentes, estamos rebaixando o setor, pois acreditamos que os juros mais elevados estão precificados e o crescimento dos prêmios é limitado”, aponta outro trecho do relatório.

No caso da Caixa Seguridade, comparada à BB Seguridade, o Citi ressalta uma projeção de lucro mais resiliente, em função do peso relevante dos seguros hipotecários, que têm uma duração mais longa e provavelmente crescerão em um cenário de alta dos juros, dado que o pré-pagamento não é atraente.

“Acreditamos que a combinação de um resultado mais previsível e a ausência de discussões sobre renovação de contrato (o que é o caso da BB Seguridade) leva a Caixa Seguridade a ter um prêmio sobre a BB Seguridade”, observam os analistas.

O trio aponta, porém, que, dado o valuation da companhia, não enxerga vantagens suficientes para justificar a manutenção de uma recomendação de compra para o papel. E cita, como um dado negativo, que o dividend yield da Caixa Seguridade provavelmente será menor para 2025 e 2026.

Após os resultados do quarto trimestre, o Citi ampliou em 2%, para R$ 4,4 bilhões, as projeções de lucro líquido da companhia para 2025, em linha com o consenso atual. E projeta a ação sendo negociada com um P/L de 10,3 vezes, no mesmo patamar dos seus níveis históricos.

Já no que diz respeito a BB Seguridade, o banco entende que a ação é a mais bem posicionada para se beneficiar na última linha do balanço, com uma projeção de um lucro líquido de R$ 9 bilhões em 2025, 2% acima do consenso. Mas com a ressalva de que, após o papel superar o desempenho da Caixa e o Ibovespa em 2024, há um espaço limitado para uma maior valorização.

Nesse contexto, o Citi destaca que, em um horizonte de 12 meses, as ações da Porto registraram uma valorização de 33% versus 3% do Ibovespa, enquanto os papeis do IRB subiram 30% e, os da BB Seguridade, 26%.

“A Caixa Seguridade teve um desempenho inferior de -9%, embora acreditemos que a expectativa de um follow-on (que ocorreu em meados de março de 2025) pesou no desempenho das ações”, afirmaram os analistas, referindo-se à oferta recente na qual o grupo movimentou R$ 1,2 bilhão.

As ações da Caixa Seguridade estavam sendo negociadas com queda de 1% na B3 por volta das 11h55 de terça-feira, 25 de março. No ano, os papéis registram alta de 4%. A companhia está avaliada em R$ 44,5 bilhões.