A segunda-feira, 29 de janeiro, foi movimentada nas escolas CNA de nove estados das regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste. A expectativa não estava ligada com a volta às aulas, mas com a chegada em 60 unidades da marca Ctrl+Play, especializada no ensino de programação e robótica para crianças e adolescentes.

Essa agitação vai se repetir, pelo menos, outras duas vezes ao longo deste ano. Entre abril e maio, outras 60 unidades passam a ter “bandeira dupla”. E entre agosto e setembro mais 60 devem concluir o processo. A expectativa da CNA é encerrar o ano com 200 Ctrl+Play em funcionamento, que foi comprada em novembro do ano passado.

“Já temos 120 vendas realizadas com nossos franqueados, mas vamos fazer em fases para manter a qualidade do atendimento e reduzir os riscos em uma integração”, diz Décio Pecin, CEO do CNA, em entrevista ao NeoFeed.

Os franqueados da CNA têm exclusividade na compra de modelo combo (com as duas marcas convivendo lado a lado) ou puro-sangue até março. A partir do segundo trimestre, as vendas vão para o chamado “mar aberto”, o que faz Pecin projetar as duas centenas de unidades ainda este ano.

O investimento para abertura de uma unidade da Ctrl+Play é de R$ 50 mil, com expectativa de payback entre 12 e 18 meses. Com isso, o investimento total para a abertura das 200 unidades previstas neste ano gira em torno de R$ 10 milhões.

No último trimestre do ano passado, Pecin adquiriu (sem revelar valores) a marca Ctrl+Play do fundador Henrique Nóbrega - a primeira aquisição em 50 anos da marca. Eram 14 unidades que se somavam às 670 da CNA naquele momento.

A escolha da Ctrl+Play não foi uma casualidade. Ela passa por uma “prova” realizada por um franqueado da CNA de São José dos Campos.

Ao adquirir a carteira do franqueado Ctrl+Play na cidade localizada no interior de São Paulo, chegou um pedido incomum para Pecin: autorizar um teste da união entre a escola de idiomas e a de programação e robótica no mesmo espaço.

O teste foi aceito e os 260 alunos da CNA passaram a conviver com os 160 da Ctrl+Play. A decisão para a aquisição veio quando 20% dos matriculados na escola de idiomas compraram cursos de programação e robótica.

“Vi que as marcas podiam conviver e rapidamente poderíamos chegar aos mesmos 200 mil alunos”, afirma Pecin.

No fim de 2024, além das 200 unidades da Ctrl+Play, a CNA quer chegar a 800 escolas de línguas, um crescimento de pouco mais de 12% sobre a base atual.

Mas, além desse movimento, Pecin está preparando um salto corporativo: a criação de uma holding. Nos próximos meses, ele planeja incorporar mais uma marca para, como ele mesmo diz, criar um hub de soluções educacionais.

Assim que encontrar a nova placa - algo ligado à matemática -, a holding ficará acima dessas três marcas para consolidar o negócio.

Seja para a compra da Ctrl+Play ou para essa futura aquisição, Pecin diz que não precisará emitir dívida ou acessar o mercado financeiro em busca de um instrumento financeiro. O dinheiro vem do bolso dos sócios, entre eles o fundo de private equity Actis.

“Seguramos capital na pandemia e estamos com um financeiro e econômico saudável, com endividamento praticamente zero”, diz o CEO do CNA.

A estimativa do mercado era que o faturamento do CNA se aproximaria de R$ 200 milhões no ano passado.