No decorrer de 2020, Elon Musk assistiu a Tesla, sua empresa de carros elétricos, protagonizar uma série de ralis na Nasdaq até chegar ao topo e se consolidar como a montadora mais valiosa do mundo. Agora, outra companhia do bilionário americano está prestes a chegar às alturas. Literalmente.
Às 19h49 deste domingo, no horário do estado americano da Flórida, o Crew Dragon, foguete desenvolvido pela SpaceX, partirá do Kennedy Space Center, em Cabo Canaveral, para a sua primeira missão completa e oficial rumo à Estação Espacial Internacional, levando a bordo quatro astronautas.
Batizada de Crew-1, essa será a primeira de seis missões da SpaceX em uma parceria com a NASA. O lançamento marcará ainda o pontapé oficial do programa de voos comerciais e tripulados da agência espacial americana. Em desenvolvimento há cerca de dez anos, o projeto já consumiu US$ 6 bilhões, segundo a organização não-governamental The Planetary Society.
“A parceria está mudando a história ao dar acesso à órbita terrestre e à Estação Espacial Internacional para mais pessoas, mais ciência e mais oportunidades comerciais”, disse Phil McAlister, diretor de desenvolvimento de voos espaciais comerciais da Nasa. “Estamos verdadeiramente no início de uma nova era de voos espaciais tripulados.”
A tripulação da Crew Dragon é composta pelos americanos Mike Hopkins, Victor Glover e Shannon Walker, astronautas da NASA, e por Soichi Noguchi, da Agência Nacional de Exploração Aeroespacial japonesa. Na ISS, eles se encontrarão com mais um astronauta americano e dois russos.
A previsão é de que a cápsula espacial chegue a Estação Espacial Internacional de cerca de oito horas e meia depois do lançamento. Dentro da programação, o quarteto deve permanecer na ISS por seis meses, o que irá configurar a missão espacial mais longa já realizada pelos Estados Unidos.
Essa será a segunda vez que astronautas encaram uma missão a bordo da Crew Dragon, como parte do programa. Naquela ocasião, a viagem foi considerada um teste. Em maio, os americanos Bob Behnken e Doug Hurley fizeram o mesmo roteiro e permaneceram por um período de 63 dias na estação espacial.
Em agosto, após o retorno da dupla, a SpaceX entendeu que seriam necessários alguns ajustes na Crew Dragon. Boa parte da mudança se concentrou no escudo térmico localizado na parte superior da nave, responsável por proteger o veículo e evitar o seu superaquecimento ao atingir a atmosfera.
Na primeira “viagem” até a ISS, algumas partes externas do escudo haviam sido corroídas em um nível acima do esperado. A SpaceX argumentou que o problema não colocou os astronautas em risco. Mesmo assim, decidiu redesenhar o escudo de proteção, visando a evitar problemas e falhas em futuras missões.
Com a Blue Origin, Jeff Bezos, fundador da Amazon, é outro bilionário americano que está avançando nessa área. Em outubro, a companhia completou o sétimo teste espacial com a cápsula New Shepard, como parte do seu projeto para, no futuro, levar turistas ao espaço.
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