Se até pouco tempo atrás o Alibaba correu por fora na corrida da inteligência artificial (IA), a companhia chinesa agora quer acelerar nessa disputa. Essa, pelo menos, é uma das estratégias de Eddie Wu, o novo CEO do grupo asiático.

Uma das primeiras medidas de Wu no cargo - ele assumiu o posto no último dia 10 de setembro - foi uma carta enviada aos funcionários do grupo, em que dá pistas de alguns de seus planos para a gigante asiática. Na mensagem, o executivo afirmou que a empresa precisa ser “user first” e guiada por IA.

“Os tempos estão mudando, e o Alibaba também! À medida que o mundo avança, o Alibaba precisa evoluir ainda mais rápido!”, disse Wu no documento que foi obtido pela rede americana CNBC. O novo CEO ainda afirma que a empresa vai adotar uma “mentalidade de startup”.

Wu passou a comandar o Alibaba ao substituir o então CEO Daniel Zhang, que assumiria a liderança do negócio de computação em nuvem.

Nessa semana, porém, apenas dois meses depois de a companhia divulgar essa reorganização em seus cargos de liderança, Zhang surpreendeu o mercado ao anunciar que está deixando o grupo. Com esse movimento, Wu também acumulou a função de forma interina.

Um dos executivos mais próximos de Jack Ma, fundador e grande nome da empresa, Wu acumula passagens pela liderança de diversas áreas e cargos na empresa. Entre elas, as unidades de comércio eletrônico e de pagamentos móveis.

Sua nomeação como CEO também acontece dentro de um contexto de reestruturação da operação. Em março, o Alibaba anunciou a divisão de seus negócios em seis unidades com autonomia para, entre outras questões, captar recursos e buscar IPOs.

Agora, sob o seu novo status e dentro desse novo modelo, Wu deu mais detalhes de suas ambições, ao afirmar que a companhia vai priorizar três pilares na reestruturação do negócio: inteligência artificial, cooperação com outras empresas e promoção de talentos internos.

Em relação à inteligência artificial, o Alibaba deve olhar com mais atenção principalmente para sua unidade de computação em nuvem. “Se não acompanharmos as mudanças da era da IA, seremos deslocados”, disse Wu.

Mesmo na sombra de Google e Microsoft, o Alibaba lançou no começo deste ano o seu próprio modelo de linguagem voltado para esse fim. O produto pode ser utilizado para a criação de aplicativos semelhantes ao ChatGPT.

Além de investir em tecnologia, o Alibaba quer realizar algumas mudanças internas. A primeira delas está em apostar no que Wu chama de “plataformas de internet baseadas em tecnologia”. Nesse caso, a ideia pode ser firmar parcerias e acordos comerciais – algo não muito comum na empresa.

Por fim, o Alibaba pretende rejuvenescer os cargos de liderança do grupo ao promover funcionários mais jovens ao longo dos próximos quatro anos. A tendência é de que profissionais nascidos depois de 1985 ganhem mais destaque no grupo.

Avaliado em US$ 226 bilhões, o Alibaba vive um momento de retração na bolsa de valores. As ações da companhia listadas na Nyse acumulam queda 3,3% desde o começo do ano. No entanto, desde o pico, em outubro de 2020, os papéis já despencaram mais de 70%.