Com seus papéis em queda livre desde fevereiro deste ano, quando deu início a uma nova fase de reestruturação da sua operação, a Marisa acaba de anunciar a criação de um programa de recompra de ações.

Em fato relevante divulgado nesta quinta-feira, 22 de junho, a varejista informou que o programa em questão vai envolver a aquisição de até 295,7 mil ações ordinárias de emissão da companhia, o equivalente a até 0,19% do total de ações ordinárias em circulação da empresa. A preço do papel de hoje, seria o equivalente a até R$ 269 milhões.

Com prazo de 18 meses e sem redução do capital social, a Marisa ressaltou que o principal objetivo da recompra é fazer frente à entrega de ações no âmbito dos Planos de Opções da companhia aprovados em dezembro de 2016 e em dezembro de 2021.

A iniciativa também inclui o Plano de Ações Restritas aprovado em dezembro de 2016 e o Plano de Outorga de Ações aprovado em Assembleia Geral Extraordinária no fim de dezembro de 2021.

De acordo com o documento, a diretoria da varejista terá a atribuição de estabelecer a quantidade de ações a ser recomprada, utilizando a parcela de recursos disponíveis na conta reserva de capital da companhia.

As ações da Marisa encerraram o pregão dessa quinta-feira com uma queda de 15,74%, cotadas a R$ 0,91. No ano, os papéis da varejista, avaliada em R$ 311,8 milhões, registram uma desvalorização de 27,2%. Nos últimos doze meses, o recuo acumulado é de 55,17%.

O estopim do capítulo mais recente da crise da Marisa que, entre idas e vindas, já se arrasta por mais de dez anos, veio à tona em fevereiro, com a renúncia do CEO Adalberto Pereira Santos, e de baixas no conselho de administração, incluindo nessa conta Marcelo Martinelli, presidente do board.

Essas mudanças foram acompanhadas pela contratação do banco BR Partners, para assessorar na renegociação de dívidas, e da consultoria Galeazzi Partners, na tentativa de aprimorar a estrutura de custos da operação.

Já no início de maio, o conselho de administração da varejista aprovou uma série de propostas, que incluiu, entre outras medidas, a reorganização da diretoria executiva e de comitês. Além da criação de um programa de otimização das despesas gerais e administrativas da rede, com a meta de alcançar uma economia anual de R$ 50 milhões na operação.