Com mais um trimestre de resultados operacionais positivos na conta, a Log Commercial Properties segue com planos de investir em novos galpões pelo Brasil, diante do avanço das atividades de e-commerce e de alimentos e bebidas, além do número ainda carente de ativos de qualidade no mercado.
Nesse cenário, a empresa seguirá apostando na venda de ativos maduros como uma alternativa para rentabilizar galpões fora de seu plano estratégico e, ao mesmo tempo, levantar recursos para expandir seu portfólio de galpões, principalmente na região Nordeste.
“Nós queremos obter algo em torno de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão por ano com a reciclagem de ativos”, diz Sergio Fischer, CEO da Log, ao NeoFeed.
Neste ano, até o momento, a companhia conseguiu chegar próximo ao patamar mais baixo dessa faixa de valores, com a venda de dois ativos, em julho, por R$ 429 milhões. Ambos foram comprados por um fundo imobiliário de logística gerido pelo Credit Suisse. No ano passado, a Log levantou R$ 300 milhões nessa frente.
Fischer afirma que essa é a melhor fonte de financiamento no momento, por não afetar a estrutura de capital da companhia. A possibilidade de realizar uma oferta subsequente de ações (follow-on) está, por ora, descartada em função das difíceis condições de mercado.
A empresa também não pretende emitir dívida ou contratar empréstimos, porque quer manter a dívida líquida estável enquanto não vê uma redução da taxa de juros. No terceiro trimestre, a relação entre a dívida líquida e o Ebitda ficou em 2,1 vezes, mesmo patamar do segundo trimestre, mas acima do índice de 0,7 vezes do mesmo período, em 2021.
“A reciclagem é a principal fonte de recursos para manter a toada de crescimento", afirma Fischer. “E a tendência é que seja cada vez maior o volume de vendas, por conta do crescimento (da demanda).”
Entretanto, com as vendas recentes e os recursos levantados, a Log não tem pressa para realizar novos acordos nessa direção.
“Como os nossos ativos são de boa qualidade, temos uma liquidez muito grande, mas não temos pressa, porque o spread para nós é muito importante", afirma Fischer. "Então, vamos fazer operações de forma pontual, à medida que surgir uma operação boa."
Planos
Com os recursos obtidos com vendas, a Log pretende investir em áreas em que o consumo da população, de variados produtos, está crescendo. O Nordeste é a região em que a empresa mais vê potencial de expansão, representa mais de 50% dos 430 mil metros quadrados de galpões da companhia em construção pelo País.
“Nós estamos com projetos em andamento em Salvador, Fortaleza, Recife, Natal, Maceió e Aracaju, pegando esses grandes centros de consumo do Nordeste, que estão muito mal assistidos de galpão de qualidade, e o nosso cliente tem pedido isso (investimentos na região)”, diz Fischer.
A expectativa é de que os investimentos ajudem a manter os resultados da Log em patamares elevados, como foi visto no terceiro trimestre, e atingir a meta de adicionar ao portfólio mais de 1,5 milhão de metros quadrados de área bruta locável (ABL) até 2024.
No terceiro trimestre, a companhia registrou a melhor absorção bruta dos últimos quatro trimestres, totalizando 171,4 mil metros quadrados no período. A empresa também apurou um recorde de entrega de ativos, três no total, somando 174,5 mil metros quadrados.
Com isso, a Log registrou receita líquida de R$ 59,2 milhões no terceiro trimestre, um aumento de 60% em relação ao mesmo período de 2021. O Ebitda cresceu 35,4%, na mesma base de comparação, para R$ 130,1 milhões. O lucro líquido alcançou R$ 111,7 milhões, alta de 18%.
As ações da Log fecharam o pregão desta quarta-feira, dia 26 de outubro, com queda de 2,20%, a R$ 21,74. No ano, os papéis acumulam queda de 14%, levando o valor de mercado da companhia a R$ 2,1 bilhões.