A corrida espacial envolvendo empresários bilionários ganhou um novo episódio. Mas não se trata de mais um foguete para levar pessoas ao espaço. A nova rixa entre Jeff Bezos e Elon Musk está nos satélites, mais precisamente aqueles utilizados para levar internet a diferentes regiões, especialmente aquelas nas quais o acesso é limitado por falta de infraestrutura.
A novidade é que a Amazon está intensificando seus planos para lançar uma frota de satélites no espaço. Nesta terça-feira, 5 de abril, a companhia anunciou acordos com as empresas Arianespace, United Launch Alliance e Blue Origin - essa última, outra companhia da lavra de Bezos, fundador da Amazon - para que 83 lançamentos sejam feitos dentro de um período de cinco anos.
Esses esforços fazem parte do que a Amazon está chamando de “Projeto Kuiper”. A unidade vai competir diretamente contra a SpaceX, comandada por Elon Musk. A concorrente opera com o serviço de internet Starlink, que já tem mais de 1,9 mil satélites em órbita e que garante o acesso à internet para 250 mil assinantes.
Para fornecer internet, a Amazon trabalha em parceria com a Verizon, o que permite estender as redes da empresa de telecomunicação para alcançar áreas rurais remotas nos Estados Unidos.
Os acordos firmados devem finalmente mudar a Amazon de patamar nessa disputa. A companhia vinha enfrentando problemas com o lançamento dos satélites porque dependia de foguetes maiores e que ainda estão em desenvolvimento pelas parceiras comerciais, incluindo a Blue Origin. A SpaceX, por sua vez, opera com um foguete próprio, o que facilita o lançamento de satélites.
Mesmo assim, não há uma previsão de quando os satélites da Amazon entrarão em órbita. A estimativa anterior aos acordos era de que dois protótipos fossem lançados ainda neste ano.
Os 83 lançamentos previstos nos acordos firmados devem ajudar a lançar uma parte da cota de pouco mais de 3,2 mil satélites que a Amazon poderá ter em operação de acordo com uma autorização da Comissão Federal de Comunicações (FCC). O acordo foi firmado em 2020 e, como contrapartida, a agência exigiu que ao menos metade desse número esteja em operação até julho de 2026.
A Blue Origin vai ficar responsável por 12 lançamentos e terá opção de realizar outros 15. A United Launch Alliance, uma empresa de propriedade da Boeing e da Lockheed Martin Corp., fará inicialmente 38 lançamentos. Já a francesa Arianespace SAS ficou encarregada de 18 foguetes.