No momento em que o mercado de fundos imobiliários (FII) dá sinais de recuperação, a Mauá Capital realizou a maior oferta de sua história.

A gestora, com 17 anos de atuação e que conta com aproximadamente R$ 7 bilhões nas estratégias imobiliárias, anunciou nesta quarta-feira, 6 de março, que levantou R$ 900 milhões na terceira rodada de captação do Mauá Capital Real Estate (MCHY11), focado em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) de operações com risco mais controlado e garantias reais nos papéis.

“O mercado de fundo de papel continua sendo um dos principais destaques do mercado, mesmo com o retorno dos fundos de tijolo”, diz Brunno Bagnariolli, sócio da Jive Mauá e CIO dos fundos da Mauá Capital, ao NeoFeed. “Vemos nas captações que existe um lugar cativo na carteira dos investidores para fundos de papel.”

Ele conta que a captação teve uma estrutura complexa, envolvendo a entrada de R$ 780 milhões em novos recursos financeiros e R$ 120 milhões em ativos do MCHF11, fundo da Mauá, cuja extinção foi aprovada pelos cotistas em fevereiro.

Segundo a gestora, foram conquistados mais 100 mil cotistas e o fundo atingiu patrimônio líquido de cerca de R$ 1,2 bilhão. A oferta foi feita em parceria com a XP e o BTG Pactual.

Bagnariolli diz que a captação vem num momento oportuno para crédito imobiliário, segmento que mostra resiliência robusta. “Tivemos uma série de eventos de crédito, pandemia e não teve grandes problemas em crédito imobiliário”, afirma.

Depois de passar por uma grande provação nos últimos anos, o setor de FII vê um ambiente muito melhor se formando no mercado, puxado pelo movimento de queda da Selic iniciado em agosto do ano passado.

Em janeiro, as emissões de FIIs alcançaram R$ 3,1 bilhões, mais do que o dobro (103,4%) do montante registrado no mesmo período de 2023, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O MCHY11 mira alocar em ativos com retorno de IPCA mais 10% e 11%, para entregar aos cotistas um dividend yield na casa de 14% ao ano, isento de imposto. No ano passado, o fundo entregou rendimentos totais de IPCA mais 11,8% líquido para os cotistas, com dividend yield anualizado de 17% ao ano.

Além do MCHY11, o portfólio da Mauá Capital conta também com o fundo MCCE11, de crédito estruturado, cujo patrimônio é de R$ 900 milhões, e o MCCI11, com patrimônio de mais de R$ 1,6 bilhão e norteado para operações CRIs high grade.

No ano passado, a Mauá captou quase R$ 500 milhões no MCCE11 e a expectativa é de manter a “máquina” de captação ligada, buscando tanto a expansão quanto entrar na parte de tijolo, diz Bagnariolli.