A Engie Brasil Energia anunciou nesta segunda-feira, dia 30 de outubro, a aquisição de cinco parques solares, por um total de R$ 3,24 bilhões, num dos passos mais robustos de seu plano de ampliar sua capacidade em energia renovável.
Segundo o fato relevante, a companhia fechou acordo com a Atlas para a aquisição de cinco conjuntos fotovoltaicos, com capacidade instalada total de 545 megawatts corrente alternada (MWac). Os parques solares são Juazeiro, São Pedro, Sol do Futuro, Sertão Solar e Lar do Sol, e estão localizados na Bahia, Ceará e Minas Gerais.
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O montante total da transação está dividido entre o preço da compra, de R$ 2,27 bilhões, e o endividamento líquido da Atlas, no valor aproximado de R$ 971 milhões. Os valores poderão ser modificados (earn-out), de acordo com o atingimento de determinadas condições previstas no contrato.
O fechamento da operação está sujeito à satisfação de determinadas condições precedentes, incluindo a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“Este é mais um passo alinhado à execução da estratégia do Grupo Engie de continuar crescendo em energia renovável no Brasil”, diz, em nota, Eduardo Sattamini, diretor-presidente da companhia.
A Engie quer expandir sua capacidade em energia renovável pelo mundo. A companhia tem a meta de alcançar 50 gigawatts (GW) de capacidade em renováveis até 2025 e 80 GW em 2030.
No Brasil, a empresa está investindo R$ 10 bilhões em três projetos de energia renovável, dois de eólico e um de solar, segundo disse Maurício Bähr, presidente do conselho de administração da Engie no Brasil, durante encontro com investidores, em agosto.
O investimento também ocorre no momento em que muitas empresas do setor elétrico buscam reforçar sua oferta de energia renovável para atender as demandas do mercado livre, que a partir de 2024 passa a abarcar também os consumidores conectados à rede de alta tensão.
Quando o Ministério de Minas e Energia (MME) publicou a portaria abrindo parcialmente o mercado livre, em setembro de 2022, a estimativa era de que 106 mil novas unidades consumidoras estarão aptas a migrar para o mercado livre.
Além disso, o investimento em energia renovável pela Engie visa atender também a necessidade de muitas companhias de reduzirem sua pegada de carbono.
A Engie não está sozinha nos investimentos. No final de setembro, a Comerc Energia, da Vibra, anunciou a formação de uma joint venture com a Neoenergia para investir até R$ 500 milhões em geração distribuída centralizada.
Ao NeoFeed, o CEO da Comerc, André Dorf, disse que a empresa pretende investir mais R$ 2,4 bilhões até 2025 para ampliar sua capacidade instalada em geração de energia renovável até 2025.
As ações da Engie Brasil fecharam o pregão de sexta-feira, dia 27 de outubro, com queda de 1,04%, a R$ 39,96. No ano, elas acumulam alta de 5,5%, levando valor de mercado da empresa a R$ 32,6 bilhões.