Foi um longa noite de negociação entre os fundadores da Linx, Alberto Menache, Nércio Fernandes e Alon Dayan,, para definir os novos termos da cláusula de não competição com a Stone.

No começo desta manhã, um fato relevante divulgado tanto por Linx, como pela Stone, reformulou a proposta vinculante, aumentando os valores por ação e reduzindo o que seria desembolsado aos fundadores (saiba mais aqui).

Em conversa com o NeoFeed, Menache falou sobre as negociações com a Stone. Ele faz questão de dizer que está falando em nome dos fundadores e não pela Linx.

Alega que as questões relacionados as propostas da Stone e da Totvs são tratadas por um comitê separado, composto pelos dois membros independentes do conselho, João Cox e Roger Ingold.

“Eu não participo de nenhuma análise de nenhuma proposta. Mesmo nessa renegociação com a Stone, eu não participei de absolutamente nada. Justamente para mostrar que é um processo conduzido de maneira totalmente independente.”

A seguir, os principais tópicos da conversa com o NeoFeed:

Sobre a nova negociação de non-compete dos fundadores da Linx

Menache explica que cada um dos atuais fundadores têm atualmente um papel diferente na empresa. Por isso, os valores da cláusula de não competição são diferentes para cada um deles.

“Eu estou na operação e no dia a dia. O Nércio, apesar de ser cérebro que desenhou grande parte de nossa tecnologia, não está mais no dia a dia, mas é muito próximo da estratégia. E o Alon já está mais distante da operação há muito mais tempo.”

Sobre as críticas às cláusulas de non-compete que levaram a renegociação

De acordo com Menache, a companhia ouviu os acionistas, assim como faz com os clientes, colaboradores e as empresas que adquiriram para renegociar os termos com a Stone.

“Nas duas últimas semanas, fomos pegando feedback da nossa base acionária e esse feedback nos disse que tínhamos algumas oportunidades para melhorar os termos da proposta. A partir disso, a gente montou realmente uma governança muito robusta para endereçar essas questões. E os conselheiros independentes endereçaram as questões do breakup fee. Eu não tive nenhuma participação nisso”

Sobre a mudança dos valores da cláusula de non-compete

Menache afirma que os novos valores da cláusula de non-compete foi uma readequação, pois agora ela permite que eles possam ter determinadas atividades que antes estavam vetadas.

“Antes, eu não podia ser conselheiro de uma empresa. Agora, eu posso. Antes, eu não podia ter participação minoritária em empresa de capital aberto de software. Agora, eu posso. Antes, eu não podia ter nenhuma participação em empresa de software. Agora, eu posso, desde que respeite determinadas condições colocadas. Obviamente, eu não vou trabalhar em uma empresa que é concorrente da Stone/Linx. Mas se eu fizer um investimento em um fundo, gerido por terceiro e esse fundo resolver investir numa companhia, eu já não tenho mais essa restrição.”

Sobre sua participação na análise das propostas da Stone e da Totvs

De acordo com Menache, ele não participa de nenhuma negociação sobre as propostas. Quem cuida desse assunto é um comitê composto pelos dois conselheiros independentes da Linx, com os executivos João Cox e Roger Ingold.

“Eu não participo de nenhuma análise de nenhuma proposta. Mesmo nessa renegociação com a Stone, eu não participei de absolutamente nada. Justamente para mostrar que é um processo conduzido de maneira totalmente independente.”

Sobre as críticas feitas ao acordo de Stone/Linx

“Liberdade de expressão é uma coisa de um país democrático. As pessoas podem concordar, podem discordar e emitir opinião. Isso é uma coisa natural. Agora, você vai me perguntar: todo mundo vai gostar ou vai concordar? A assembleia vai dizer. A resposta do acionista se dá com o voto dele no dia da assembleia. E a assembleia é soberana para decidir o que é melhor para a Linx.”

Sobre as críticas da gestora Fama Investimentos, que soltou carta aberta criticando a governança do acordo

“Não vou fazer um comentário sobre isso. Vou te falar que de novo cada um pode opinar. Vou fazer um comentário num sentido diferente. Quando olha o preço da ação da Linx, ela está subindo quase 6% em Nova York e 3,5% no Brasil. Isso mostra que o acionista gostou. Não precisa perguntar para ninguém. Está claro.”

Sobre a cláusula de non-compete ser um prêmio de controle disfarçado aos fundadores da Linx

“De nenhuma maneira é procedente. Imagina que o NeoFeed é vendido. E te falam que você não pode mais ser jornalista durante cinco anos. Isso tem um valor, principalmente, em uma empresa de capital intelectual, como a Linx. É absolutamente legítimo um comprador querer ter essa tranquilidade. Nós, quando compramos empresas, em 100% dos negócios têm um non-compete com os fundadores. É uma coisa absolutamente natural. E eu te diria que estranho é quando não tem.”

Sobre as críticas aos valores do non-compete

“Eu posso comparar o meu non-compete com o que vai ser o non-compete do presidente da Microsoft? Não. São negócios diferentes, posições diferentes. Ou de um non-compete de alguém que está em outro ramo? O non-compete do Alberto precisa ser coerente com o que é a Linx e com o que é a remuneração do Alberto. Será que ela é coerente com a remuneração mais alta dos últimos anos? Ela sempre foi nesse patamar. Não existe nenhum desalinhamento. Se fosse uma remuneração de R$ 100 milhões por ano, aí é uma coisa de chamar a atenção. Mas não é o caso aqui.”

Sobre a conversa com a Totvs

Menache diz que teve uma conversa com Laércio Cosentino, presidente do conselho de administração da Totvs, na qual eles falaram sobre a possibilidade de voltar a discutir um M&A, mas diz que não assinou nenhum contrato de confidencialidade e que não havia avançado em nada.

“Não tinha nenhum pedaço de papel. O que tinha era uma ligação cordial. Eu falei dezenas de vezes com outras companhias e nunca se chegou a lugar nenhum. Foi uma surpresa total. Eu não tinha a menor ideia do que poderia vir.”

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