Uma liquidação forçada de ações da GameStop virou pesadelo para algumas gestoras americanas há três anos. Muitas delas estavam vendidas no papel e tiveram de agir rapidamente com o short squeeze (movimento anormal de alta). O prejuízo veio com força, como a Melvin Capital, que tinha US$ 12 bilhões no caixa e precisou de uma injeção de US$ 2,75 bilhões para amenizar as perdas.

Na segunda-feira, 3 de junho, a ação da GameStop chegou a subir mais de 70% na abertura do pregão. O movimento acendeu o alerta da Nyse, que interrompeu as negociações quando o papel acumulava alta de cerca de 30%.

Por trás de todo esse barulho está, novamente, Keith Gill, que atende por codinomes como DeepF, Value e Roaring Kitty - dependendo da plataforma social que ele posta seu conteúdo.

Se há três anos ele iniciou o movimento que ficou conhecido como “a revolta das formigas” no Reddit, especificamente do subfórum Wall Street Bets, desta vez ele reapareceu na noite de domingo, 2 de junho, eu um outro subfórum, o r/SuperStonk, com um print da sua tela de negociação.

De acordo com a imagem, Gill detém 5 milhões de ações da GameStop, que dariam algo em torno de US$ 116 milhões no fechamento de sexta-feira, 31 de maio, quando elas fecharam a US$ 23,14.

Além disso, constava também uma posição de 120 opções de compra na GameStop a US$ 20, com data de expiração em 21 de junho - elas foram adquiridas cerca de US$ 5,7 cada.

Maio de ouro para a GameStop

Mas essa alta não chega perto do movimento que aconteceu em meados de maio. Entre os dias 10 e 13 daquele mês, a ação da GameStop saltou de US$ 17,46 para US$ 48,75, uma valorização de 179,2%. O volume financeiro de negociação, no mesmo período, aumentou de US$ 37 milhões para US$ 207 milhões.

Em 22 de maio, a ação da GameStop recuou para a casa dos US$ 22, uma queda aproximada de 55%. Agora, o papel negocia a US$ 31,6 e acumula valorização de 90% no ano. O valor de mercado da empresa é de US$ 9,3 bilhões.

A GameStop, que ainda não conseguiu encontrar um modelo de negócio para os jogos online, continua apostando no CEO Ryan Cohen para reinventar a empresa, que aproveitou a valorização das ações em maio e realizou a venda de mais US$ 900 milhões de papéis que estavam na tesouraria.