A Gol anunciou nesta segunda-feira, 14 de outubro, uma proposta de reestruturação societária que poderá resultar na extinção da companhia como empresa de capital aberto.

O plano envolve a incorporação da própria Gol e da Gol Investment Brasil S.A. (GIB) pela Gol Linhas Aéreas S.A. (GLA), empresa de capital fechado controlada integralmente pela Gol.

Segundo o comunicado, a operação tem como objetivo simplificar a estrutura do grupo, gerar sinergias operacionais, reduzir custos e fortalecer a governança corporativa. Caso aprovada, a medida implicará na saída da Gol do Nível 2 de Governança Corporativa da B3, encerrando sua presença no mercado de ações.

Segundo a proposta, cada acionista da Gol receberá uma ação ordinária da GLA para cada ação ordinária da companhia de sua propriedade, e 35 ações ordinárias da GLA para cada ação preferencial da companhia de sua propriedade.

“Nos termos do Parecer de Orientação CVM 35, o Conselho de Administração da Companhia aprovou a constituição do comitê independente da Companhia, formado exclusivamente por conselheiros independentes, para negociar os termos e condições da incorporação e a relação de troca dali decorrente”, disse a aérea no comunicado.

Os investidores terão a opção de sair da empresa via uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) ou continuar acionistas do grupo, que passará a ser uma entidade privada sob controle da Abra, que também controla a empresa aérea colombiana Avianca.

Após a recuperação judicial, a Abra elevou a participação na Gol de pouco mais de 50% para 80%. A ideia é que todo o processo seja concluído até fevereiro do ano que vem.

A proposta ocorre após uma capitalização de R$ 12 bilhões realizada em maio deste ano, por meio da conversão de créditos de credores. A operação resultou em uma participação de 99,97% das ações ordinárias e 99,22% das preferenciais nas mãos da GIB, deixando apenas 0,78% de ações preferenciais em circulação — abaixo do mínimo exigido pela B3.

A Gol convocou assembleias para o dia 4 de novembro, quando os acionistas deverão deliberar sobre a incorporação e escolher a empresa responsável pelo laudo de avaliação da OPA.

A companhia informou ainda que, devido às mudanças estruturais, deixará de divulgar projeções financeiras (guidance) até que o processo seja finalizado.

A decisão de fechar o capital acontece menos de um mês depois de a Abra notificar a Azul sobre o fim das conversas de uma possível fusão entre as duas companhias.

No mercado, os rumores são de que, após fechar o capital no Brasil, a Abra irá se tornar pública no exterior.