A Gol anunciou ao mercado nesta quarta-feira, 27 de setembro, que concluiu o refinanciamento de uma emissão de debêntures da Gol Linhas Áreas SA, uma unidade operacional da companhia, no valor total de R$ 1 bilhão.

Segundo a empresa, no processo, cerca de R$ 100 milhões serão amortizados ainda neste mês e o montante restante de aproximadamente R$ 900 milhões será amortizado em 30 parcelas no intervalo de janeiro de 2024 a junho de 2026.

Dessa forma, as 7° e 8° extensões de emissão de debêntures da companhia passaram a ter vencimento no final de junho de 2026, com remuneração de CDI + 5% ao ano, podendo ser resgatadas antecipadamente pela companhia.

Em comunicado ao mercado, o CFO da companhia, Mario Liao, afirmou que a empresa conseguiu reprogramar uma parcela significativa das suas dívidas com vencimento neste semestre:

“Com a conclusão dessa operação, a Gol mantem a execução disciplinada do seu plano de otimização do seu balanço, com a extensão dos vencimentos de dívida de curto prazo, o casamento dos passivos aos ativos existentes, e a adequação do fluxo de obrigações financeiras mais compatível à geração de caixa da operação da companhia”.

A Gol encerrou o segundo trimestre de 2023 com uma liquidez total de R$ 4,06 bilhões, alta de 1,9% sobre igual período, um ano antes. O indicador leva em conta as linhas de caixa e equivalentes de caixa, aplicações financeiras, depósitos e contas a receber.

No período, a dívida líquida ajustada da companhia ficou em R$ 20,5 bilhões, queda de 2,2% na mesma base de comparação. Já a alavancagem da operação, medida pela relação dívida líquida ajustada/Ebitda ficou em 6,7 vezes, contra 9,5 vezes, no segundo trimestre de 2022.

As ações da Gol fecharam o pregão da terça-feira cotadas a R$ 6,12, o que representou uma queda de 1,29%. No decorrer de 2023, os papéis da companhia aérea, avaliada em R$ 2,5 bilhões, acumulam uma desvalorização de 16,62%.

A Gol não é a única empresa a recorrer a esse expediente. Em março, em um setor diretamente conectado à companhia aérea, a CVC renegociou os termos de debêntures emitidas em 2019 e 2021 e que venceriam entre abril e junho desse ano.

No processo, o grupo de turismo postergou em três anos e seis meses o prazo de vencimento da dívida. Entre outros pontos, a operação, cujo valor máximo estipulado foi de R$ 900 milhões, definiu três tranches de amortizações, em 2024, 2025 e 2026.