Parte de um dos segmentos da economia mais afetados pela Covid-19, a Gol vem traduzindo em seus resultados o impacto da pandemia. Em linha com a tendência registrada durante todo o ano de 2020, a companhia aérea registrou um prejuízo de R$ 2,2 bilhões no primeiro trimestre de 2021, além de uma queda na receita operacional líquida de 50,2%, para R$ 1,5 bilhão.
Depois dessa longa tempestade, a empresa começa a enxergar um horizonte mais otimista e se diz pronta para “emergir da pandemia”. Um dos motivos por trás dessa nova perspectiva foi a conclusão de seu aumento de capital, anunciada nesta segunda-feira, 14 de junho, com a captação de R$ 423 milhões.
Em comunicado divulgado nesta manhã, a Gol destacou ainda o aumento de capital de R$ 607 milhões relativo à incorporação da participação minoritária da Smiles, anunciado em maio. Segundo a companhia, com as duas iniciativas, somadas à emissão, também em maio, de notes sênior garantidas no valor de US$ 300 milhões, a empresa levantou mais de R$ 2,7 bilhões nesse segundo trimestre.
“Ao minimizar a diluição nos últimos 12 meses e executar duas transações estratégicas importantes, estamos posicionados para um crescimento significativo dos lucros, na medida em que o aumento da imunização e o início da alta temporada impulsionam o crescimento da demanda por viagens aéreas no Brasil”, afirmou Paulo Kakinoff, CEO da Gol, no documento.
O mais recente aumento de capital foi ancorado por um aporte de R$ 268 milhões realizado pelos irmãos Constantino, acionistas controladores da Gol. Já os sócios minoritários contribuíram com outros R$ 155 milhões no processo.
A companhia destacou outros indicadores recentes. Entre eles, a geração de mais de R$ 6 bilhões em liquidez por meio da gestão de capital de giro e a redução do seu endividamento líquido em R$ 2 bilhões.
Outro ponto ressaltado foi a aquisição da brasileira MAP Linhas Aéreas, anunciada no último dia 8 de junho. Com o acordo, fechado por R$ 28 milhões em dinheiro e ações, a Gol prevê a expansão da sua malha regional nas cidades de São Paulo e Manaus.
Em um reforço a esse quadro, a Gol estima fechar o segundo trimestre com uma taxa de ocupação de 81%, contra o índice de 79% previsto anteriormente. A companhia também prevê que os custos unitários recorrentes recuem 40%, ante a projeção anterior de queda de 27%.
“Nossa equipe de gestão executou uma estratégia robusta para garantir a liquidez, manter boas relações com todos os seus principais parceiros de negócios e colaboradores, preservar a vantagem de custo da companhia e minimizar diluição. Isso posiciona a Gol pós-pandemia para criar valor significativo para os acionistas”, afirmou Constantino de Oliveira Júnior, presidente do Conselho de Administração da empresa.
Depois de encerrar 2020 com uma desvalorização de 30,5% em suas ações, a Gol acumula uma alta de 3,4% em seus papéis em 2021. A companhia está avaliada em R$ 9,7 bilhões.