Sempre nos holofotes por conta dos cobiçados e luxuosos artigos que produz, a Gucci está na mira das autoridades da União Europeia, que investigam um potencial comportamento anticompetitivo no setor de moda.

A Kering, controladora da Gucci, anunciou na quarta-feira à noite, dia 19 de abril, que os escritórios da grife italiana foram alvo de uma operação de busca e apreensão, deflagrada pelo braço antitruste da Comissão Europeia na terça-feira, dia 18. A companhia informou que está “cooperando integralmente com a Comissão no contexto desta investigação”.

Em nota divulgada na segunda-feira, a Comissão Europeia informou que iniciou “inspeções não anunciadas” nas sedes de empresas de moda do bloco, além de ter enviado pedidos formais de informações. Ela não informou os nomes das empresas que foram alvos da operação.

Destacando que as investigações são preliminares, a autoridade antitruste da União Europeia citou preocupações de que o setor possa ter violado regras que proíbem “cartéis e práticas de negócios restritivas”.

A Gucci é uma das principais marcas de moda do mundo. Segundo o balanço anual da Kering, a grife registrou uma receita de € 10,5 bilhões em 2022, aumento de 8% em base anual. A receita do grupo no ano passado somou € 20,3 bilhões, alta de 15%.

A operação é a mais recente a atingir o setor de moda, uma das indústrias mais valiosas e prolíficas da Europa. Em maio do ano passado, as autoridades europeias tomaram medidas semelhantes contra nomes do mundo da moda, que à época também não foram revelados.

Segundo o jornal The Wall Street Journal, os oficiais afirmaram que as operações não têm relação. Já em 2021, a Comissão Europeia conduziu buscas em uma fabricante de roupas da Alemanha, suspeita de práticas anticompetitivas.

Reguladores do Reino Unido e da Suíça anunciaram a abertura de investigações contra quatro fabricantes de fragrâncias – Givaudan, Symrise, Firmenich International e International Flavors & Fragrances – por suspeita de coordenar políticas de preços, impedir que seus competidores suprissem certos consumidores e limitar a produção de certas fragrâncias. Na ocasião, autoridades antitruste da União Europeia e dos Estados Unidos participaram da iniciativa.

Por enquanto, nada parece abalar o grupo Kering diante de seus consumidores e investidores. Por volta das 12h03, as ações da Kering subiam 0,82% na Bolsa de Paris, a € 576,70.