Quem leu com atenção a prévia de resultado do terceiro trimestre do Méliuz entendeu que a parceria que a empresa mantém com o Banco Pan chegou ao fim.
Discretamente, a companhia comandada por Israel Salmen está tirando o pé da divulgação de seu cartão co-branded com o Banco Pan para lançar o seu próprio em janeiro de 2022, quando estreará seu banco digital.
No terceiro trimestre deste ano, o Méliuz teve 1 milhão de pedidos de cartões. No período anterior, o número foi de 1,5 milhão. No total, são 7 milhões solicitações. O GMV trimestral do cartão foi de R$ 910 milhões.
“Essa redução já era esperada, já que no meio do 3T21 deixamos de fazer qualquer campanha paga de marketing relacionada ao cartão co-branded”, informou um trecho da prévia operacional do Méliuz, divulgada na terça-feira, 5 de outubro.
Desde que a companhia comprou a Acesso Bank, em fevereiro deste ano, a ideia passou a ser reforçar os seus serviços financeiros, o que deverá ser uma nova avenida de crescimento ao lado de cashback e shopping.
Por outro lado, o Banco Pan também já estava se movimentando para manter seu pé no comércio eletrônico. A compra da Mosaico, que ainda precisa ser aprovada, é o maior indicativo.
Além de acelerar o marketplace do banco controlado pelo BTG Pactual, a Mosaico, dona dos sites de comparação de preços Buscapé, Zoom e Bondfaro, terá seu próprio cartão em breve com o BTG e o Pan.
Segundo apurou o NeoFeed, os usuários do cartão co-branded Méliuz e Pan não serão impactados. Mas, do lado do Méliuz, não haverá mais nenhum esforço de marketing para atrair usuários. O foco, agora, é área de shopping, até por conta da proximidade da Black Friday, em novembro.
Na divulgação da prévia de resultado, o Méliuz informou que o ritmo médio de aberturas de contas por dia útil caiu de 39 mil, no segundo trimestre, para 30 mil.
“Essa redução foi consequência da estratégia anunciada durante a divulgação do resultado do 2T21 quanto à priorização do desenvolvimento do novo cartão Méliuz, cujo lançamento está previsto para janeiro de 2022”, justificou a empresa.
A desaceleração de novas contas não agradou o mercado. O papel caía 3% por volta das 16 horas. Desde o início do ano, a ação do Méliuz, no entanto, valoriza-se 124%.