Como parte de sua estratégia de reduzir a emissão de carbono ao longo da cadeia produtiva do mercado de carne bovina, a Minerva anunciou na quinta-feira, dia 18 de maio, um investimento minoritário na climate-tech Bluebell.
Por meio de seu fundo de corporate venture capital (CVC), o frigorífico realizou um investimento de US$ 2 milhões na rodada de captação (series seed) da Bluebell, fundada em 2022 e que desenvolveu ativos ambientais tokenizados para conectar produtores rurais ao mercado de crédito de carbono.
Segundo o site da startup, depois de analisar uma propriedade, ela cria os tokens chamados bluebell, baseado na quantidade de carbono que deixou de ser emitido na atmosfera. Esse token pode ser vendido a empresas interessadas em compensar suas emissões.
Este é o sexto investimento do fundo de CVC da Minerva, que já fez aportes iniciais em Clara Foods, Shopper, Traive, Liv Up e fez uma joint venture com a Amyris.
No lado ambiental, a Minerva conta ainda com uma subsidiária chamada MyCarbon, criada em 2021 e que desenvolve e comercializa créditos de carbono. No mesmo ano, a companhia lançou o Programa Renove, para atuar na mensuração do balanço de carbono nas fazendas fornecedoras.
O investimento na Bluebell ocorre num momento em que o mercado de crédito de carbono está se desenvolvendo no mundo inteiro, diante da necessidade de reduzir e compensar as emissões em meio ao aquecimento global.
Mercado de crédito de carbono
A consultoria McKinsey acredita que a demanda por créditos de carbono no mercado livre pode atingir de US$ 1,4 bilhão a US$ 2,3 bilhões até 2030 no Brasil. Atualmente, o País emite menos de 1% desse potencial.
Outro estudo, da Câmara de Comércio Internacional (ICC), estima que o mercado de carbono tem um potencial bilionário no Brasil, capaz de gerar até US$ 100 bilhões em receitas até 2030.
Por volta das 10h28, as ações da Minerva subiam 1,21%, a R$ 9,21. No acumulado do ano, elas registram queda de 26,6%, levando o valor de mercado a R$ 5,5 bilhões.