CEO da Bionexo, Rafael Barbosa costuma lembrar que, quando a empresa de tecnologia para o setor de saúde foi criada, no ano 2000, o termo healthtech não existia. Assim como software como serviço e computação em nuvem eram conceitos embrionários e pouco conhecidos. ´

“Nós tínhamos que explicar que, no caso de uma solução em nuvem, se chovesse, não haveria problema”, brinca Barbosa, em entrevista ao Conexão CEO (vídeo completo abaixo).

Filho de Mauricio Barbosa, cofundador da Bionexo, ele acompanhou de perto a evolução dessa conversa. Especialmente a partir de 2015, quando ingressou na operação, cujo comando, assumiu quatro anos depois.

Desde então, a empresa fez sete aquisições para consolidar uma oferta que conecta hospitais, laboratórios, clínicas e prestadores de serviço aos fornecedores do setor. E que cobre desde o planejamento de compras de insumo até a gestão das receitas nessa cadeia.

Com cerca de 9 mil clientes plugados – numa carteira que inclui nomes como Dasa e Mater Dei, as plataformas da Bionexo movimentaram aproximadamente R$ 16 bilhões em 2022. E, agora, após engatar uma série de M&As, a empresa planeja novos trajetos para acelerar esses números.

“Nós já resolvemos muito bem as camadas de transparência e de eficiência nas nossas aplicações”, diz Barbosa, que ressalta uma das prioridades da empresa a partir de agora. “Vamos embarcar uma terceira camada, de inteligência, nas nossas tecnologias.”

Uma das principais vias para que isso aconteça passa por um aporte de R$ 60 milhões em pesquisa e desenvolvimento em 2023. E por um arsenal de algoritmos e capacidade de processamento para automatizar uma série de processos em suas plataformas. Para fornecedores e compradores.

Em um dos exemplos, ele cita fornecedores que poderiam vender “bilhões” nas plataformas, mas que não conseguem materializar esse resultado. Muito em função do volume de cotações, das centenas ou mesmo milhares de itens envolvidos e da falta de padrões na descrição de cada insumo.

“Eu posso criar parâmetros para que a própria plataforma responda por ele, de maneira automatizada”, explica. “Parece algo simples, mas é super complexo. Então, tem toda uma camada de processamento de linguagem natural para garantir que estou respondendo a coisa certa.”

No programa, Barbosa dá mais exemplos do que está sendo feito nessa direção. E fala ainda sobre temas como o foco da empresa em extrair sinergias das suas aquisições e a tese para eventuais novos M&As, além da demanda por tecnologia em saúde e a consolidação no setor.