Brasília - A demanda pelo consignado privado está surpreendendo a Caixa Econômica Federal. Com base na procura ao empréstimo nas duas primeiras semanas do programa Crédito ao Trabalhador, a instituição financeira está revendo as contas. E para cima.
A previsão inicial era que a demanda pelo crédito consignado privado chegasse a R$ 10 bilhões. Agora, a expectativa é que possa avançar até R$ 30 bilhões, apurou o NeoFeed.
Esse valor refere-se apenas a Caixa. O volume total de recursos emprestados por todos os bancos pode ultrapassar os R$ 100 bilhões. "Essa é uma conta que ninguém percebeu ainda”, disse, brincando, um executivo da Caixa, ao NeoFeed.
A questão é que com mais dinheiro em circulação, a atividade econômica não desacelere como prevê o Banco Central. E, com isso, a autoridade monetária brasileira tenha de aumentar ainda mais os juros.
Números divulgados nos primeiros 13 dias do programa de crédito mostram que já foram emprestados aos trabalhadores com carteira assinada R$ 3,1 bilhões. A Caixa estima que 30% desses contratos tenham sido fechados diretamente com o banco.
Até 47 milhões de trabalhadores com carteira assinada podem ter acesso ao programa de crédito consignado lançado pelo governo Lula em 12 de março, no Palácio do Planalto. Na ocasião, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu afagos do presidente. “Haddad será (visto) como o maior ministro da Fazenda desse país.
A intenção do programa é baratear o crédito e estimular a economia. A contratação será feita pelo trabalhador que poderá usar até 10% do saldo do FGTS. Também poderá usar 100% da multa rescisória no caso dos demitidos sem justa causa.
