O mês de junho está para a MRV como uma bola de três está para o basquete. Ele valeu para a construtora e incorporadora da família Menin o recorde de maior volume de vendas líquidas da história, de acordo com a prévia operacional divulgada pela companhia após fechamento de mercado na quarta-feira, 10 de julho.

No período, o indicador atingiu R$ 2,5 bilhões, sendo R$ 1 bilhão correspondente apenas ao mês de junho. O montante é 14,4% superior ao visto no mesmo trimestre de 2023. A margem bruta de novas vendas atingiu 34% no período, melhor valor dos últimos 10 anos.

“O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida está cada vez mais atrativo para os clientes, o que favoreceu muito esses resultados no trimestre”, afirma Ricardo Paixão Rodrigues, CFO da MRV&Co, em entrevista ao NeoFeed.

“Além disso, temos um estoque muito grande de projetos para lançar, o que agiliza os lançamentos e facilita a absorção do mercado”, complementa.

O balanço do primeiro trimestre já havia mostrado uma recuperação operacional e financeira da companhia. Na ocasião, o CFO disse que a prioridade da MRV era gerar caixa neste ano.

Atualmente, 55% da operação da MRV ocorre em locais onde há programas implementados com subsídios adicionais ao Minha Casa, Minha Vida. Além disso, a companhia afirma que opera em localidades com programas em processo de implementação, que equivalem a 25% de sua operação.

“Se a situação hoje está boa, ela tende a ficar ainda melhor daqui pra frente”, diz o executivo.

Assim, o Valor Geral de Vendas (VGV) de lançamentos da companhia cresceu 73,7% no trimestre na comparação anual, atingindo R$ 2,2 bilhões. No semestre, o montante chegou a R$ 3,8 bilhões, alta de 99%.

“Estamos muito focados em entregar o guidance em 2024 e em 2025, com esses resultados afetando também os números do próximo ano, pois temos muitos lançamentos na manga para esse período”, afirma Rodrigues.

A geração de caixa operacional da companhia melhorou em R$ 160 milhões no semestre em relação aos primeiros seis meses do ano.

Com valor de mercado de R$ 4 bilhões, a ação MRV3 está em queda de 34,1% em 2024. Em 12 meses, até 10 de julho, o papel recuava 45,9%.