A Amazon está lançando um recurso semelhante ao TikTok em seu aplicativo que permitirá aos clientes comprar produtos a partir de um feed personalizado de fotos e vídeos. Batizada de Inspire, a funcionalidade está sendo testada por um pequeno grupo de clientes nos  Estados Unidos e será estendida a todo o país nos próximos meses.

Com o novo passo, antecipado em reportagem do The Wall Street Journal, a Amazon entra na dança e se junta à Meta, dona do Facebook, ao Google e a outros pares para tentar capitalizar a popularidade do formato de vídeo curto que impulsionou a ascensão do TikTok, criado na China pela ByteDance.

O formato em questão consolidou um novo modelo de vendas, mais conhecido no mercado como social commerce e que une compras online e experiências sociais.

No caso da Amazon, a aba Inspire aparecerá como um ícone em forma de lâmpada na parte inferior do aplicativo da Amazon. O ícone levará a um feed que exibe um fluxo de imagens e vídeos com produtos que os compradores poderão “curtir” e comprar.

Além de visualizar as descrições dos itens, o cliente poderá personalizar seu feed com mais de 20 opções de temas, incluindo maquiagem, cuidados com a pele, animais de estimação, jogos, plantas, caminhadas, design de interiores, viagens e corrida.

O Inspire vai permitir ainda que os consumidores comprem produtos  exibidos por outros clientes, influenciadores e marcas. Embora seja focado em compras, o recurso pode se expandir em frentes como opções para compartilhar conteúdos e tendências.

A entrada da Amazon, maior empresa de comércio eletrônico do mundo, nesse espaço já era esperada, especialmente diante das cifras que já estão sendo geradas por meio desse formato.

Em 2021, as vendas globais de social commerce totalizaram US$ 492 bilhões, segundo um estudo da Accenture. A consultoria prevê ainda que o segmento irá movimentar US$ 1,2 trilhão em 2025.

Com o lançamento, a Amazon abre um novo caminho para tentar reverter a má impressão deixada pelos números reportados no terceiro trimestre deste ano. No período, o lucro líquido da empresa recuou 9%, para US$ 2,8 bilhões.

Entre julho e setembro, a receita líquida foi de US$ 127,1 bilhões. Apesar da alta de 14% sobre igual período, um ano antes, o montante veio abaixo das estimativas de analistas, que apontavam para uma faixa de US$ 148 bilhões.

Na esteira do balanço, no início de novembro, pela primeira vez em dois anos, a Amazon deixou o clube seleto das empresas avaliadas em mais de US$ 1 trilhão. Atualmente, a companhia está avaliada em US$ 921,7 bilhões e suas ações acumulam uma desvalorização próxima de 46%.

A empresa não é a única gigante de tecnologia a seguir os passos da febre de vídeos curtos lançados pelo TikTok e a apostar em um novo ritmo de crescimento a partir da combinação de experiências sociais com as compras online.

Em setembro de 2020, o YouTube, do Google, começou a testar, na Índia, sua plataforma de vídeos curtos, batizada de shorts. Um ano depois, a ferramenta começou a ganhar escala ao ser expandida para os Estados Unidos e outros mercados.

Na Meta, por sua vez, a resposta a essa tendência disseminada pelo TikTok veio por meio do Reels, recurso do Instagram. Mas, até o momento, esse movimento mostrou ter poucos efeitos para a plataforma.