Os resultados trimestrais da Nike ficaram abaixo das previsões de Wall Street pela primeira vez em sete anos, mas as ações pouco sentiram o baque – elas estão sendo negociadas com uma queda de 0,5% nesta terça-feira, 2 de julho.

O motivo é que a companhia comandada pelo CEO Mark Parker revelou que sua estratégia de ganhar espaço entre as mulheres começa a surtir efeito. E a Copa do Mundo de futebol feminino, que está acontecendo na França, tem ajudado a empresa de artigos esportivos americana.

Durante conferência com analistas, Parker informou que o uniforme da seleção feminina é a coleção de camisa de futebol mais vendida da história da empresa, incluindo as masculinas.

A seleção dos Estados Unidos joga hoje contra a Inglaterra, em Lyon. A equipe vencedora da partida disputará a final, que acontece no domingo, 7 de julho.

Das 24 seleções que disputam a Copa do Mundo, 14 delas estampam o logo da Nike, um sinal claro de que a empresa está apostando pesado nesse público. Parker também informou que a Nike assumiu a liderança na área de sutiãs esportivos nos Estados Unidos.

O esforço da Nike de aumentar suas vendas para o público feminino faz sentido. Hoje, 75% de seu vestuário é vendido para homens. Outro foco da empresa é a China, cujas vendas já representam 20% do total da empresa.

“É difícil exagerar o quão importante este ano foi para a o evolução da Nike no público feminino”, disse Parker, aos analistas de Wall Street.

No quarto trimestre, o faturamento atingiu US$ 10,2 bilhões, 4% acima do mesmo período do ano passado. O lucro de US$ 989 milhões, no entanto, representou uma queda de 13%.

A Nike tem feito diversas campanhas enfatizando o público feminino. Em fevereiro deste ano, o filme "Dream Crazier" narrado por Serena Williams, teve um grande impacto na internet. Veja o vídeo abaixo:

Antes do começo da Copa do Mundo de futebol feminino na França, a companhia também fez uma campanha sobre mulheres no futebol.

Discurso e prática

Apesar dos bons resultados, a Nike tem desafios pela frente. Em agosto do ano passado, duas ex-executivas, Sara Johnston e Kelly Cahill, processaram a empresa nos Estados Unidos, alegando alegando que haviam sido “desvalorizadas” ao receber salários inferiores aos de seus colegas homens.

Em maio deste ano, atletas olímpicas dos Estados Unidos desabafaram contra a Nike. Em depoimento ao jornal americano The New York Times, as corredoras Kara Goucher e Alysia Montaño alegaram que a empresa congelou seus pagamentos de patrocínio quando engravidaram. Ciente de que precisava sustentar o bebê, uma foi obrigada a escolher entre correr e amamentar, e a outra chegou a competir no oitavo mês de gestação.

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