Depois de conquistar o mundo de pessoas físicas, fechando o ano passado com uma base de 87,8 milhões de clientes, 53% da população adulta do País, o Nubank parte agora para crescer no segmento de pessoas jurídicas (PJ).

Após alcançar 4 milhões de clientes nesta frente neste começo de ano, um aumento de 50% em relação ao mesmo período de 2023, o Nubank está apostando no lançamento de produtos, visando a atender a demanda da base, considerando que um em cada quatro clientes se enquadra na categoria de empreendedor, seja como Microempreendedor Individual (MEI), pequeno empresário ou profissional autônomo.

“A representatividade dessas atividades de empresário na nossa base é muito importante”, disse Livia Chanes, CEO do Nubank no Brasil, nesta quarta-feira, 27 de março. “E vemos, na indústria, que 75% das pessoas que são empresários, empreendedores tendem a abrir contas para suas empresas nos bancos em que são correntistas como pessoa física.”

Neste sentido, a estratégia é fortalecer a prateleira de produtos, que já conta com recursos na área de adquirência, como link de pagamento, boleto de cobrança, passando por mecanismos para administrar o pagamento de impostos, além de cartão de crédito.

Em seu primeiro evento com a imprensa desde que foi confirmada como CEO das operações brasileiras, no começo deste ano, Chanes anunciou também o lançamento de uma solução de capital de giro para o segmento PJ.

A solução é do tipo clean, sem a exigência de garantias, para atender às necessidades diárias de caixa ou demandas comerciais dos clientes. Segundo Chanes, a escolha por esse produto foi pelo fato de ser mais simples de ser anunciado, mas a ideia é oferecer mais adiante linhas de crédito colateralizadas.

“Foi mais ou menos como aconteceu com a parte pessoa física, em que começamos com crédito pessoal para depois disponibilizarmos as linhas de consignado”, afirmou Chanes .

O Nubank também anunciou o lançamento de três novas ferramentas. Uma solução para desktop, para permitir que os clientes acessem o Nubank PJ por meio do computador, facilitando tarefas como verificação de saldo e emissão de extratos.

Outra ferramenta é o mecanismo para permitir a emissão de nota fiscal no ambiente PJ. A terceira novidade é o chamado acesso compartilhado, que permite o compartilhamento da conta PJ com outras pessoas que trabalham no negócio.

Criada em 2019, a vertical de pessoas jurídicas está ganhando atenção dentro das operações do banco roxinho desde 2020. Além do lançamento de produtos, o Nubank trouxe no começo do mês Maximiliano Damian, ex-diretor de produtos para fintech do Mercado Livre, que responderá diretamente para Chanes.

Por se concentrar na base de clientes do Nubank, Chanes diz que o foco do Nubank PJ são esses pequenos negócios e empreendedores, mas a ideia é seguir crescendo, oferecendo as soluções para empresas que tenham faturamento anual até R$ 10 milhões. “Nosso alvo são esses pequenos empreendedores, não queremos ir para o chamado middle market neste primeiro momento”, disse Chanes.

Além da possibilidade de expandir faturamento com uma nova frente de negócios, afirmando que o mercado PJ adiciona entre 30% e 35% ao profit pool das instituições de maneira geral, Chanes diz que os investimentos na frente PJ também se encaixam na estratégia geral do banco de trazer mais clientes de alta renda para o banco.

“Quando a gente vai para alta renda, a participação desse público nessas empresas é maior”, disse Chanes. “Dentro desse plano de ter maior penetração em alta, ter conta PJ é ainda mais importante.”