O fato de Donald Trump ter sido eleito presidente dos Estados Unidos, em 2024, não diminuiu seu ímpeto por fazer novos negócios, mesmo sob críticas.
Depois de se estabelecer nos ramos imobiliário, mídia e criptoativos, ele parte para o setor de energia, diante da alta demanda por eletricidade das empresas que atuam com inteligência artificial (IA).
A Trump Media & Technology Group (TMTG), empresa de mídia da família do presidente dos Estados Unidos, anunciou na quinta-feira, 18 de dezembro, a união com a companhia de energia via fusão nuclear TAE Technologies, que conta com o apoio da Alphabet, holding dona do Google e do YouTube, Chevron e Goldman Sachs.
O acordo envolverá troca de ações, resultando na criação de uma companhia de US$ 6 bilhões, com as duas empresas detendo metade da participação na entidade.
Em comunicado, as empresas afirmam que o acordo combina “o acesso a capital significativo” da Trump Media com a “tecnologia de fusão líder” da TAE para avançar com a tecnologia.
Como parte da transação, a Trump Media vai injetar US$ 200 milhões em dinheiro na TAE e mais US$ 100 milhões quando a fusão for terminada.
Entre os planos das companhias está o início da construção da primeira usina de fusão comercial do mundo, com capacidade estimada de 50 meagawatts (MWe). A previsão é de construir outras usinas ao longo dos anos, com capacidades maiores, entre 350 e 500 MWe.
“Após mais de 25 anos de pesquisa e desenvolvimento, a TAE reduziu significativamente o tamanho, o custo e a complexidade dos reatores de fusão”, diz trecho da nota.
“Espera-se que as usinas de energia de fusão forneçam eletricidade econômica, abundante e confiável, o que ajudará os Estados Unidos a vencer a revolução da IA e a manter seu domínio econômico global”, complementa o texto.
Fundada em 1998, a TAE Technologies é uma das mais antigas empresas buscando viabilizar a produção de energia via fusão nuclear, processo que usa o calor das reações de fusão nuclear, algo visto nas estrelas. A tecnologia representa a possibilidade de se ter uma fonte abundante de energia limpa.
Em 2022, segundo o jornal The Wall Street Journal (WSJ), o Laboratório Nacional Lawrence Livermore conseguiu um avanço significativo no processo, impulsionando a indústria de fusão, incluindo a TAE Technologies.
À época, uma reação de fusão controlada produziu mais energia do que consumiu, ao utilizar lasers para criar as condições que levaram os átomos de hidrogênio a se fundirem e liberar grandes quantidades de energia.
O acordo é o mais recente firmado pela família Trump desde a reeleição do patriarca e após o lançamento da rede social Truth Social, em 2021, após ter sido banido do X (ex-Twitter).
No segundo mandato de Donald Trump, os negócios da família se expandiram fortemente, com a entrada em criptoativos e produtos financeiros.
Segundo declarações da empresa e documentos apresentados à SEC levantados pelo WSJ, os empreendimentos lançados desde a reeleição de Trump geraram pelo menos US$ 4 bilhões em lucros e patrimônio para a família até dezembro.