A inflação elevada ao redor do mundo e a cautela com as economias americana e chinesa estão beneficiando a Índia que, com seu mercado de ações em alta, vem registrando um boom de listagem de empresas.

Segundo levantamento da Dealogic, pela primeira vez na história, a Índia será o segundo maior mercado de captação de recursos de capital do mundo, atrás somente dos Estados Unidos e à frente da China.

Em 2024 (até dezembro) a National Stock Exchange of India movimentou US$ 17,3 bilhões em 310 listagens que captaram recursos primários e secundários.  O valor das captações da China caiu 86%, passando de mais de US$ 48 bilhões em 2023 para apenas US$ 7,5 bilhões.

Um exemplo de captação que movimentou a bolsa indiana foi a da Hyundai Motor Índia, que levantou US$ 3,3 bilhões no maior IPO do ano por lá. Em segundo lugar, veio a empresa de entrega de alimentos Swiggy, que captou US$ 1,4 bilhão.

Um dos motivos para o boom dos IPOs na Índia é a forte demanda do mercado doméstico a partir da democratização do investimento para pessoas físicas. Ao mesmo tempo, o mercado chinês observa uma desaceleração.

Além de uma redução do ritmo de crescimento da segunda maior economia do mundo, houve um endurecimento das regulamentações para listagem no mercado de capitais da China — plano das autoridades de Pequim para restaurar o equilíbrio e evitar que o excesso de IPOs pudesse atrapalhar as negociações no mercado secundário.

Embora Hong Kong, o centro financeiro offshore da China, tenha sido uma alternativa para as empresas que pretendem captar recursos, com alta de 67% nas operações em 2024, é a Índia que tem sido o grande destaque.