Depois de um sucesso estrondoso nas primeiras semanas após seu lançamento, o Threads está vendo um abandono do aplicativo. Estudos apontam que a plataforma criada pela Meta para competir com o Twitter, rebatizado de X, registrou queda de quase 80% no número de usuários ativos nas últimas três semanas.
Os dados obtidos pela plataforma Similarweb e analisados pelo Financial Times contabilizam apenas o uso da plataforma por dispositivos Android – excluindo, assim, os iPhones. Nas amostras, a companhia de pesquisa apontou que o número de usuários caiu de 49 milhões para 11 milhões em pouco mais de 20 dias.
Essa queda era inimaginável há pouco mais de um mês. O Threads chegou a registrar quase 50 milhões de usuários diários apenas em seu primeiro dia de funcionamento, no começo de julho. Cinco dias depois, o aplicativo bateu a marca de 100 milhões de usuários. O Twitter, por sua vez, levou mais de cinco anos para atingir o mesmo número.
A redução no número de usuários ativos lembra o que aconteceu com o Clubhouse, outra rede social que fez barulho quando foi lançada e aos poucos perdeu relevância. A plataforma de conversação em áudio que chegou a ter mais de 10 milhões de usuários por semana em 2021 foi minguando aos poucos - até que ninguém mais "ouvir" falar dela.
Para efeito de comparação, o Twitter (ou X) tinha no começo de julho entre 107 milhões e 109 milhões de usuários ativos diários no Android. Na última semana, esse número aumentou para entre 108 milhões e 114 milhões, segundo dados da Similarweb.
Quando foi lançado, o Threads chamou a atenção pelas semelhanças e diferenças com o Twitter. Ambas as redes sociais são voltadas para a comunicação breve e com limite de caracteres. A diferença é que o Threads permite postagens mais longas (500 caracteres de texto e até 5 minutos de duração dos vídeos) do que sua concorrente.
Em entrevista ao The Verge na semana do lançamento do aplicativo Adam Mosseri, CEO do Instagram, afirmou que o Threads era uma aposta de "alto risco" para a Meta". O executivo também afirmou que “nem tudo o que fazemos assim vai funcionar, mas devemos sempre fazer algumas apostas de alto risco como esta se quisermos realmente evoluir tão rápido quanto acho que precisamos como empresa".